1.º de Maio: Aumento salarial
O aumento de salários mínimos, anunciado pelo Governo moçambicano em Abril, ficou aquém das necessidades, reclama a Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM) a propósito das celebrações do 1.º de Maio.
“As negociações tiveram lugar num contexto económico desfavorável, caracterizado pela crise económica que o país enfrenta, tornando os resultados alcançados inferiores aos que seriam desejáveis”, refere a central sindical em comunicado.
A organização defende que os sindicatos devem “continuar a priorizar a negociação das condições de trabalho e salariais em cada empresa para que sejam fixados salários mínimos superiores aos acordados na Comissão Consultiva do Trabalho”.
“Não estamos satisfeitos com os resultados obtidos e continuamos preocupados perante a manutenção de salários baixos e de um custo de vida elevado”, acrescenta.
O feriado alusivo ao Dia Internacional do Trabalhador que hoje se celebra será assinalado com “manifestações pacíficas” em Maputo e nas capitais provinciais, acrescentou a central sindical.
O Conselho de Ministros de Moçambique anunciou a 18 de Abril novos salários mínimos nacionais, com o sector da hotelaria a receber a percentagem mais baixa, 5,5%, e a administração pública, defesa e segurança a beneficiar do reajuste mais alto, 21%.
Apesar de beneficiar do maior aumento, a administração pública, defesa e segurança continuará com um dos ordenados mínimos mais baixos no país, passando de 3.278 para 3.996 meticais.
A agricultura, caça, florestas e silvicultura mantém-se como o sector com o salário mínimo mais baixo, tendo aumentado 10,4% para 3.642 meticais.
O sector dos bancos e seguradoras continuará com o salário mínimo mais alto em Moçambique, tendo passado de 8.750 meticais para 10.400 meticais, resultado de um aumento de 18,86%.
Moçambique registou um aumento de preços (inflação) na ordem de 21,57% desde Março de 2016, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) a que tivemos acesso na última semana.
Redacção