14 confirmados: violação

14 dos mais de 80 suspeitos de violação sexual foram confirmados pelos resultados forenses até agora finalizados e encaminhados ao Tribunal de Krugersdorp, em Gauteng, África do Sul, que julga este caso que está a horrorizar os sul-africanos e não só.

Não foram reveladas as nacionalidades dos suspeitos cujos dados de ADN os implicam neste caso em que também estão envolvidos moçambicanos.

Na sessão desta quarta-feira (10 de Agosto) que contou com a presença de 64 dos garimpeiros ilegais, o Tribunal de Krugersdorp adicionou as acusações de estupro, agressão sexual e roubo com circunstâncias agravantes a pelo menos sete suspeitos.

Para esta quinta-feira (11 de Agosto) o Tribunal deverá indiciar outros sete.

Antes de irem ao Tribunal de Krugersdorp, estes setes devem passar pelo Tribunal de Randfontein, onde farão a contraditório sobre a acusação de terem violado a lei de imigração.

Sabe-se apenas que um dos suspeitos, já acusado, disse ter 18 anos e outro 15. Este último deve voltar ao Tribunal esta quinta-feira (11 de Agosto) para conhecer o resultado técnico feito para avaliar a sua idade.

No entanto as investigações continuam, uma vez os peritos estarem a trabalhar com os fluidos de sangue e de sémen encontrados no local do crime que são cruzados com os testes de ADN feitos aos detidos.

A própria porta-voz da Procuradoria sul-africana, Phindi Mjonondwane, disse que não “descarta a possibilidade de mais pessoas serem adicionadas às acusações de estupro” na medida em que o trabalho prossegue e assegura que “seremos guiados pelo rumo que a investigação tomar”.

Para permitir que as investigações decorram, sem sobressaltos, o caso foi remarcado para o dia 28 de Setembro próximo.

Há duas semanas foi relatado o caso de estupro das oito raparigas, seguido de roubo do material de filmagem que usavam. Imediatamente foram detidos mais de 80 garimpeiros ilegais, incluindo sete moçambicanos, na altura todos indiciados de terem violado as meninas sul africanas.

O caso comoveu a África do Sul e atiçou a ira de grupos anti-imigrantes [sempre marcam presença nas sessões do Tribunal de Krugersdorp]. A Polícia fez buscas em várias zonas de presença de garimpeiros ilegais, na sua maioria de Moçambique, Zimbabwe e Lesotho, e prendeu mais de 150 “zama zama”, como são designados os garimpeiros ilegais em minas abandonas neste país.

Enquanto isso, populares de várias zonas decidiram caçar os zama zama tendo destruído casas e queimado pertences, de supostos garimpeiros e imigrantes ilegais.

Estas acções da população culminaram com a morte de pelo menos uma pessoa.

O Ministro da Polícia, Bheki Cele, instalou, em Krugersdorp, uma unidade especial da polícia [Amabherete] para fazer a monitoria da situação

RAULINA TAIMO, Correspondente na África do Sul.

https://bit.ly/3oc1lWc

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