2017 será um ano difícil
A ex-primeira-ministra moçambicana, Luísa Diogo, considera que 2017 vai ser um ano difícil em Moçambique, mas de viragem económica, e que as previsões económicas vão exigir grande esforço embora sejam exequíveis.
“Os moçambicanos já estão a ver como trabalhar no meio das dificuldades, como fazer as suas opções e vamos ter de continuar a navegar em águas difíceis mas já com a clareza de que estamos a recuperar paulatinamente”, afirmou Luísa Diogo, esta segunda-feira, aos jornalistas, à margem do encerramento do ano económico e apresentação de perspetivas para 2017 do Banco de Moçambique.
Após o discurso do governador do banco central, a ex-primeira-ministra e actual presidente do Conselho de Administração do banco Barclays Moçambique comentou que Rogério Zandamela deixou “bem claro que 2017 vai ser um ano difícil”, mas também de “inflexão económica”.
Luísa Diogo referiu que os 14% de inflação média calculados em 2017, bem abaixo dos 28% que chegou a registar este ano, e a previsão de crescimento acima dos 5% são metas que exigirão “um grande esforço, atendendo aos grandes constrangimentos que a economia vai continuar a enfrentar”, mas também “exequíveis”.
Segundo a ex-primeira-ministra, o discurso do governador deixou igualmente evidente que Rogério Zandamela vai continuar a ser muito exigente na regulação e disciplina do sistema bancário, que já demonstrou desde que chegou ao cargo há três meses, “e isso é bom”.
Do mesmo modo, a antiga governante comentou o anúncio, igualmente feita na segunda-feira, no parlamento, do Presidente moçambicano, de que a maioria das empresas detidas ou participadas pelo Estado estão em alienação ou liquidação.
“De um total de 109 empresas detidas ou participadas pelo Estado, 64 entraram em processo de alienação, liquidação e dissolução e 45 estão em processo de reestruturação”, declarou Filipe Nyusi no discurso anual do estado da nação.
Para Luísa Diogo, “a grande mensagem é de saneamento do sistema de empresas públicas do Estado e manter aquelas que têm de cumprir a sua função, mas isso não significa que a sua gestão não seja profissional e pelo respeito pelos bens públicos”.
Da mesma forma como o sistema financeiro está a ser saneado, prosseguiu, “e o governador do banco central está a colocar formas de controlo muito rigorosas, as empresas do Estado têm de fazer o mesmo e saber cuidar e respeitar o dinheiro dos outros”.
Redacção