25 anos da SOJORNAL
25 anos da Sojornal – Caro Refinaldo, ex-sócio e desde sempre amigo, mesmo nos momentos difíceis!
1. Antes de mais, as minhas felicitações sobre o 25° aniversário do nosso jornal, um marco histórico para um órgão de comunicação social, a quem os cépticos de sempre não deram “mais de seis meses de vida”. E já se passaram 25 anos. Quem diria, hein!
2. Sinceramente, não me lembro porque razão chamamos ao jornal de “Correio da manhã”, nome de uma outra publicação portuguesa, editada em Lisboa. Teria sido porque já existiria, entre nós, um jornal moçambicano “Expresso da tarde”, do resiliente jornalista Salvador Raimundo, também com o nome de um jornal português (menos o da Tarde, apenas Expresso)?
3. Mesmo o nome da nossa empresa SOJORNAL – Sociedade Jornalística, Lda. também fomos “roubar” a uma empresa de Portugal. Eu até posso acreditar que estivéssemos, nessa altura, bastante influenciados pelo jornalismo português, tanto assim que tu tinhas sido colaborador da agência LUSA e correspondente de jornais portugueses; o Alexandre Chiúre era também correspondente do também jornal português “Diário de Notícias” e eu tinha acabado de chegar, poucos anos antes, de Lisboa, sendo também correspondente do “Diário Económico”, também editado em Portugal. Também recebíamos, todas as semanas, jornais portugueses que alimentavam parte das nossas notícias e que eram então fornecidos pela nossa amiga Natália Bettencourt, a dona da Mabuko. Coincidências? Acho que não. Afinal, de uma forma ou de outra, éramos todos nós “portugueses”. Pelo menos, recebíamos escudos portugueses pelo nosso trabalho. Se foi isso, acho que não fez mal nenhum, bem pelo contrário.
4. Ninguém tem dúvidas que fizemos história, desde essa altura. Acho que fomos os primeiros a enviar o jornal via e-mail, enquanto os restantes continuavam a distribuir por fax. Na altura, se bem me lembro, apenas havia o “Mediafax”, do saudoso Carlos Cardoso, o “Imparcial”, do também falecido Miguéis Lopes Júnior e o “Expresso da Tarde” do nosso amigo Salvador Raimundo (Deus o guarde, com saúde, por muitos mais anos).
5. Mas hoje, não gostaria de apenas recordar o passado, mas também falar sobre o futuro. Se eu sou vidente? Claro que não. Apenas sonhos que eu gostaria que se realizassem. Por exemplo, gostaria que daqui a 25 anos, quando assinalarmos o 50° aniversário do agora “Redactor” (em 2046, acho que nessa altura já teremos por aí uns 82/85 anos) pudéssemos olhar, com bastante nostalgia, sobre o que contribuímos para a comunicação social em Moçambique e talvez encontrar, uma rua qualquer com os nossos nomes: Rua Refinaldo Chilengue, jornalista moçambicano, fundador do “Correio da manhã/Redactor”, o mesmo também para mim e para o Chiure.
6. Porque, afinal de contas, fizemos muito por esta País na nossa área de jornalismo. Até chegámos a fundar a Associação das Empresas Jornalísticas (AEJ), tu foste o primeiro presidente e eu vice-presidente. Através da AEJ, fui o representante das empresas jornalísticas no Conselho Superior de Comunicação Social, durante cinco anos. E fui reeleito para um segundo mandato, cargo que resignei porque, entretanto, deixei de fazer o jornal “Fim de Semana”, para me dedicar em exclusivo à assessoria de imprensa, e não fazia sentido continuar no CSCS, sem ter um jornal.
7. A propósito, outro dia dei por mim a cogitar, se o Jeremias Langa deixou o jornalismo, e estando ele a representar as empresas jornalísticas, se ele deve continuar a fazer parte do CSCS ou deveria resignar, como eu fiz?
8. Não sei se será fácil, eu que o diga, pois, o Passaporte Diplomático, que dão aos membros do CSCS, dá muito jeito nas viagens e, sobretudo, quando trazemos as malas cheias nas fronteiras, aí temos livre trânsito. Ouvi também que agora também dão isenção de direitos alfandegários na importação de uma viatura, entre outras mordomias aos membros do CSCS.
9. Voltando ao nosso assunto, não há dúvidas que abrimos muitos caminhos, de que outros agora se estão a beneficiar. Não peço que nos ergam uma estátua, mas pelo menos o nosso nome numa ruazinha qualquer, mesmo que seja lá no sítio onde “Judas perdeu as botas” acho que merecemos.
10. Pelo menos, vou ficar a sonhar com isso. Faz o mesmo que eu, amigo Refinaldo!
Grande abraço e até ao 50° aniversário. (25 anos da Sojornal)
LEANDRO PAUL
Este artigo foi publicado intitulado “25 anos da Sojornal ” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 10 de Fevereiro de 2022, na rubrica EDITORIAL.
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