Desafio de um africano

Desafio de um africano – Tenho trocado mensagens e vídeos com amigos e colegas sobre vários assuntos relacionados com a vergonha de África, na qual se encontra a minha aldeia de infância – coitado…

O vídeo mais recente que recebi e comentei com amigos e colegas foi do Presidente do Malawi, falando na entrevista Hard Talk, da BBC – corporação de radiodifusão e televisão do Reino Unido.

Larazus Chakwera teve dificuldades de justificar o motivo de levar para Londres em missão de serviço de Estado a sua esposa, filha e genro, numa delegação de 10 pessoas.

Disse que eram pessoas com tarefas especificas úteis para o sucesso da sua visita, mas a sua Ministra dos Negócios Estrangeiros foi dispensada e regressara ao país. Meu Deus!

Inicialmente, sua Excelência Presidente Chakwera, que de excelente não tem nada, queria viajar com uma delegação de 60 pessoas para Londres. Quanto dinheiro em ajudas de custo e alojamento o Estado malawiano ia gastar com a viagem.

O governo britânico recusou receber uma delegação de 60 pessoas nesta altura de pandemia de COVID-19.

Chakwera, teólogo, prometeu ano passado fazer combate cerrado à corrupção e a despesas supérfluas registadas nos governos anteriores. Chegou ao poder e esqueceu-se de tudo.

Na África do Sul, alguns membros do partido governante estão envolvidos em alta corrupção. Mas até 1994 lutavam pelos direitos iguais, contra o racismo e pelo bem-estar socioeconómico da maioria da população negra, então marginalizada pelo regime.

Na minha aldeia de infância, já houve período de respeito e glória.

Hoje, membros do partido no poder têm chaves mestra para abrirem cofres de instituições públicas e pilharem tudo a seu bel prazer. Os seus afilhados e amantes usam cartão do partido para ganharem concursos de emprego no Estado contra filhos do povo.

O colonialismo foi mau para todos, mesmo para aqueles que ainda estavam nos úteros ou partes privadas de seus pais, sem dúvida.

Porém, nem tudo foi mau. Nas cinco antigas colónias de Portugal há de infra-estruturas sólidas em forma de edifícios, cidades e vilas grandes deixadas por portugueses logo depois da independência.

Colonialistas pilharam recursos para metrópole, sim é verdade, mas também fizeram e deixaram boas coisas em África.

Mas hoje está difícil manter edifícios deixados intactos por colonialistas. Prédios estão a apodrecer e clamam por pintura ou reabilitação. Africanos não conseguem fazer nada para manter pelo menos o que já foi construído. Argumentos são muitos para justificarem a sua falta de disciplina e trabalho árduo.

Filhos de governantes africanos são “empresários de sucesso” através de boladas ou roubo de recursos públicos pelos seus pais.

Em Angola, a filha de José Eduardo dos Santos, Isabel dos Santos, era considerada a mulher mais rica no continente africano quando o pai estava no poder, no qual ficou cerca de 40 anos.

Afinal era tudo fruto de saque dos recursos do Estado angolano.

O Estado angolano lançou ofensiva contra ladrões dos recursos públicos. Isabel dos Santos perdeu o estrelado de ser a mais rica e fugiu do país. O povo angolano sem onde ir ficou com a pobreza.

Há 20 anos, a UNICEF, agencia das Nações Unidas para Infância, descrevera Angola como pior país para nascer como criança.

Há mais e muitos exemplos de saque de recursos públicos por líderes e seus filhos em quase todos os países africanos, com maior destaque na região subsaariana por sinal a mais pobre em África. O grito de socorro do povo africano não chega longe. (Desafio de um africano)

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi intitulado “Desafio de um africano desesperado

” publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 04 de Agosto de 2021, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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