Os alertas de Momade
Os alertas de Momade – O líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) alerta o Governo para o risco de os grupos armados que actuam em Cabo Delgado abrirem novas bases, na sequência da sua expulsão das posições que ocupavam anteriormente.
“Eu fui guerrilheiro e sei que é preciso que o Estado moçambicano e as forças moçambicanas tenham muito cuidado [com as movimentações dos grupos armados], porque quando um guerrilheiro abandona um sítio vai instalar-se num outro lugar”, disse Ossufo Momade.
O líder da RENAMO falava esta segunda-feira aos jornalistas, à margem de uma visita de trabalho ao distrito de Marínguè, província de Sofala, centro de Moçambique.
As forças governamentais, prosseguiu, devem encarar o silêncio dos grupos armados, que sofrerem desaires nas últimas semanas, com seriedade.
Ossufo Momade observou que a reconquista da vila de Mocímboa da Praia pelas forças governamentais sem muita resistência pode ser sinal de que os insurgentes retiraram-se estrategicamente e isso pode ser “perigoso”.
“Tem de haver reconhecimento da área para que se possam desalojar os rebeldes, em toda a zona norte do país”, acrescentou.
No dia 08, uma operação conjunta das forças governamentais moçambicanas e ruandesas reconquistou a estratégica vila portuária de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
A vila, que além do porto conta com um aeródromo, estava ocupada pelos rebeldes desde 12 de Agosto de 2020, numa ação depois reivindicada pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Na sequência dos ataques, há mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas. (Os alertas de Momade)
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