Robustez empresarial caiu

Robustez empresarial caiu – O índice da robustez empresarial em Moçambique reduziu de 29% para 26% entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, indica uma análise da CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique, a maior entidade patronal no país.

“A redução do índice de robustez empresarial a nível nacional deriva, essencialmente, do aperto das restrições no âmbito do combate à covid-19, aumento dos custos de transporte devido à recente crise global de logística, depreciação cambial e aumento dos salários mínimos”, declarou Zuneid Calumias, vice-presidente do conselho directivo da CTA, no ‘Economic Briefing’ em Maputo.

Na análise do desempenho empresarial do terceiro trimestre, a CTA indica ainda que o ambiente macroeconómico em Moçambique registou uma queda de 50% para 47%, entre o segundo e o terceiro trimestre, um facto associado à depreciação cambial e aceleração da inflação, num contexto de manutenção das taxas de juros de crédito.

“O terceiro trimestre de 2021 foi, igualmente, marcado por mudanças legislativas que impactaram adversamente o ambiente de negócios, com destaque para a aprovação do novo regulamento de selagem de bebidas alcoólicas e tabaco manufacturado, que tem como impacto o agravamento dos custos do setor empresarial, sobretudo as indústrias cervejeiras”, acrescentou Zuneid Calumias.

Segundo a análise da CTA, o índice de tendências de emprego, um novo indicador adotado nesta edição do ‘Economic Briefing’, também reduziu no trimestre em causa, passando de 111.24 no segundo trimestre para 106.46 no terceiro, o que representa uma queda de 4.74 pontos.

“Esta queda do índice de emprego é explicada pela tendência desfavorável dos factores que representam a procura pelo factor de trabalho do lado das empresas, nomeadamente, disposição a contratar mais trabalhadores, número de vagas de emprego, e empregos temporários e em tempo parcial”, explicou.

Apesar dos constrangimentos, a CTA apontou medidas regulatórias positivas adoptadas durante o terceiro trimestre, destacando a eliminação da garantia provisória em concursos para contratação de empreitada de obras públicas e fornecimento de bens e serviços ao Estado, bem como a aprovação de uma norma que impõe maior disciplina na fiscalização rodoviária aos comandos provinciais da Polícia da República de Moçambique.

A maior entidade patronal em Moçambique espera melhorias no desempenho empresarial do quarto trimestre, com o alívio das restrições impostas pela pandemia de covid-19, mas pede “medidas excecionais” em sectores “gravemente afectados pelas restrições”, com destaque para hotelaria e restauração.  

“Neste âmbito, propomos a abertura das praias de segunda a sexta-feira, das 06:00 às 17:00 para os banhistas, assegurando o acesso à praia dos hóspedes dos hotéis com base numa senha que confirma a sua condição de hóspede, para os hotéis que estão à beira do mar”, referiu a CTA, que pede também o aumento número de pessoas nos eventos sociais em recintos adequados ou que tenham respeitado as medidas de prevenção.

Embora registe uma descida de todos os indicadores epidemiológicos desde Julho, altura em que viveu a terceira vaga de covid-19, Moçambique tem as principais praias encerradas, uma medida tomada pelo executivo moçambicano após constatar casos de desacato às autoridades e negligência nas primeiras semanas em que foi anunciado o alívio das restrições.

O país conta com um total acumulado de 1.932 mortes e 151.316 casos de covid-19, dos quais 98% recuperados da doença e oito internados. (Robustez empresarial caiu)

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