Jogo de gato e rato
Jogo de gato e rato – As relações entre estrangeiros sem documentos válidos de residência na África do Sul e os nativos são de gato e rato.
Quando o gato, sul-africanos, sente fome procura rato estrangeiro para se alimentar sem dom nem piedade.
Semana passada houve ataques e pilhagens contra estrangeiros e seus bens de uso doméstico e negócios no bairro de Soweto.
As redes sociais veicularam áudios de gatos sul-africanos apelando aos ratos a abandonarem a África do Sul no dia 19 de Janeiro, sob pena de serem devorados.
Por outro lado, as redes sociais mostraram vídeos de assaltos a residências e negócios de estrangeiros.
Pobreza, desigualdades económico-financeiras e desemprego são apontadas como principais causas da fricção entre nativos e estrangeiros na África do Sul.
Entretanto, a migração para África do Sul não pára.
Jovens da Somália, Etiópia, no Corno de África, e do Paquistão e Bangladesh, na Ásia, aventuram-se todos os dias para chegaram à terra de ouro. Moçambicanos, aproveitando-se da proximidade e da facilidade de vistos de viagem, também atravessam para a África do Sul à procura de melhores oportunidades de vida.
Mas a África do Sul já não é terra de oportunidades como foi no século passado quando a indústria mineira estava ao rubro.
Ao que tudo indica, nenhum pais africano apresenta melhores oportunidades de vida para juventude. Governantes africanos esgotaram ideias de criação de oportunidades de empregos.
Viraram atenções para pilhagem de recursos públicos em benefício próprio fingindo que estão a trabalhar para os seus povos.
Na África do Sul, o líder do partido governante ANC reconheceu no fim-da-semana que o movimento político mais antigo de África está ameaçado por causa de divisões e facções internas criadas pela perda de moral e corrida para enriquecimento fácil ilícito.
O povo através do qual o ANC chegou ao poder em 1994 está a minguar. O dinheiro desviado em circuitos de corrupção podia ser aplicado em projectos de geração de postos de emprego num pais onde pelo menos 7.6 milhões de jovens estavam desempregados no segundo trimestre do ano passado – 2021.
Alguns jovens sem emprego na economia formal mais industrializada do continente africano descarregam a sua fúria sobre estrangeiros sem documentos validos de residência com os quais disputam oportunidades no sector informal da economia.
Muitas instituições académicas e de defesa dos Direitos Humanos sul-africanas fizeram estudos das origens da tensão permanente entre nativos e estrangeiros. Produziram resultados e fizeram recomendações ao governo sul-africano.
Os antigos Presidentes de Moçambique, Joaquim Chissano, e da Tanzânia, Jakaya Kikwete, foram gentilmente pedidos pelo Presidente Cyril Ramaphosa para ajudarem na investigação das causas de ódio ou xenofobia entre nativos sul-africanos e estrangeiros. Entretanto, ao que tudo indica os dois antigos estadistas declinaram diplomaticamente.
É que quase toda a gente sabe o que se passa na África do Sul.
No tempo das vacas gordas as duas comunidades (imigrantes e nativas) estavam juntas, mas hoje são gato e rato.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi intitulado “Jogo de gato e rato na África do Sul”, foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 26 de Janeiro de 2022, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE
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