Qualidade e integridade
Qualidade e integridade – O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, visitou na passada sexta-feira, o Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM) e a Administração Nacional de Estradas (ANE), com uma mensagem efusiva de resgate do papel do LEM no controlo de qualidade e materiais de construção a aplicar em obras públicas e privadas e ao sector de estradas a necessidade de revisitar a concepção, gestão e desenho dos projectos de construção de estradas.
Numa altura em que aumentam as críticas sobre a qualidade das obras públicas no País, depois da passagem da tempestade Ana, Dumako e Gombe que danificaram infraestruturas no norte e no centro do País, Carlos Mesquita desafiou a direcção do LEM a inovar e ser mais actuante e pragmática: ”É retórica falar da resiliência e qualidade das obras, quando os desafios das mudanças climáticas nos mostra outras abordagens que devemos ter, devemos levar este assunto muito a sério e procurar soluções e experiências de outros actores, como o Reino dos Países Baixos que tem sobre a questão da gestão dos recursos hídricos”.
Acrescentou que o Laboratório de Engenharia de Moçambique tem uma responsabilidade enorme, pois é impossível falar da qualidade das obras sem mencionar o papel deste: “Por isso, desafio o LEM a ocupar a cadeia de produção dos materiais, sobretudo no controlo da qualidade”, referiu Mesquita, durante o encontro que manteve com os quadros seniores e outros trabalhadores daquela instituição.
Numa outra abordagem, recomendou ao LEM apresentar os resultados de como são responsabilizados os produtores dos materiais de construção e buscar outras valências nas universidades e no sector privado, para responder aos desafios que são impostos pelas mudanças climáticas.
Em conclusão, Carlos Mesquita chamou atenção ao LEM que estes encontros serão frequentes e aos académicos recomendou que estes devem estar preparados com informações claras e objectivas, para partilhar com todos os actores da sociedade para melhorar a sua prestação no controlo da produção dos materiais e construção das obras públicas e privadas.
Ao sector de estradas, o Ministro Mesquita deu recomendações à Administração Nacional de Estradas (ANE) em três perspectivas: a primeira, quer um sector íntegro, transparente na contratação dos empreiteiros e fiscais das obras públicas e chamou, activamente, ao papel dos fiscais no monitoramento e fiscalização, devendo os quadros seniores da ANE serem mais proactivos e criativos na monitoria dos projectos em construção: “Devemos ser profissionais, devemos fazer as coisas com consciência de que estamos a fazer bem”.
Segundo, desafiou a ANE a planificar de forma integrada com outros sectores do Estado e do privado, por forma a evitar que, no futuro, haja obras de cortes de estrada para dar lugar a outros tipos de construções e, por último, recomendou esta área para apostar nas empresas nacionais, com vista a criar capacidade e aumentar os postos de trabalho: “Devemos apostar no empresariado nacional, devemos criar capacidade interna, devemos criar oportunidades de estágios dos estudantes das universidades técnicas, por forma a termos um País capacitado para responder às dinâmicas e à evolução do mundo”, referiu durante a visita que efectuou àquele sector.
Por fim, apelou ao sector de estradas a ter foco, a trabalhar para o bem-estar das comunidades e encontrar formas legais de incluir todos os aspectos ligados à salvaguarda social nos projectos de construção. (Qualidade e integridade)
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