Professor

Logo a seguir à nossa mãe, deve ser a entidade mais importante na nossa construção como pessoas, naquilo que de mais fundamental e intangível o ser humano possui nesta sua efémera peregrinação pela Terra.

Este papel de nos ensinar aspectos da vida, de aprendizagem não instintiva, coube sempre a uma terceira pessoa, que não é necessariamente a nossa progenitora.

A nossa mãe dá-nos o essencial. Quem nos ensina a sabermos ser e estar no mundo social é o professor.

O professor é um machambeiro cultivador do produto mais bonito do mundo chamado instrução e educação do Homem.

Reza a História Universal que a criança era levada a residir em casa de um mestre ou tutor para que aprendesse a ser pessoa dotada dos requisitos indispensáveis exigidos pela sociedade.

O professor, uma das profissões mais antigas e importantes, ensina à humanidade uma vasta panóplia de aspectos úteis: ciência, arte, técnica ou outros conhecimentos. Com efeito, alguns textos antigos,quase perdidos na memória dos tempos, nos dão testemunho do facto de esta respeitável instituição chamada professor ser uma das mais velhas na vivência civilizada (jus civilis) e socializada do Homem.

Moisés (referido como Mussa no Al’Quoran), profeta e libertador do povo judeu da escravatura do Egipto, teve como tutor um filósofo e matemático, professor universitário, africano, da antiga Abissínia, a actual Etiópia (in Arão Litsure, “Há Negros na Bíblia”). Talvez, fruto desta convivência, Moisés tenha desposado uma mulher negra, possivelmente, sua colega de escolaridade.

Sem sala com paredes e carteiras e muito menos quadrode ardósia pregado na parede, consciente da única certeza que “sabia apenas que nada sabia”, Sócrates, sábio, filósofo, pensador de Atenas, Homem de fino conhecimento naquele tempo (470 a.C.) ensinou muitas gerações do seu tempo e até deste nosso século dominado – graças aos remotos e sólidos alicerces por ele plantados – pelas TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação).

Platão (428 a.C.), na sua obra “A República”, alerta-nos para a importância do papel do professor na formação do cidadão.

Sem fazer votos de pobreza, o professor abraça este sacerdócio de construir pessoas apenas porque ama o Homem. De facto, quem não ama esta profissão jamais consegue ser mercenário da educação porque ambas as situações não combinam.

O nosso professor, muitas vezes, incompreendido pela sociedade, desempenha esta missão porque ama profundamente a criança e, por isso, compromete-seem fazer dela Homem verdadeiro e no seu sentido mais positivo.

Pelo 12 de Outubro, felicito o professor e agradeço-lhe por continuar estóica e honradamente, sem nada reivindicar em troca, a construir Moçambique, país de esperança, porque de grandes Homens.

Autor: António Matabele

 

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *