PAM pode interromper ajuda humanitária em Fevereiro

PAM (Programa Alimentar Mundial) pode interromper ajuda humanitária básica em Fevereiro de 2023, em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, por falta de fundos, de acordo com fonte da agência.

O PAM  tem prestado assistencia a cerca de um milhão de pessoas afectadas pela violência armada extrema naquela regiao de Moçambique.

“A situação de financiamento do PAM é preocupante há algum tempo e agora estamos a ficar sem opções e todas essas actividades estão em risco”, disse Antonella D’Aprile, representante do PAM em Moçambique, em nota enviada à media em Maputo.

De acordo com a representante do PAM em Moçambique, a agência precisa de 51 milhões de dólares norte-americanos para continuar a prestar a assistência às populações afectadas pelo conflito.

“O número de pessoas deslocadas quadruplicou para quase um milhão de pessoas nos últimos dois anos”, declarou Antonella D’Aprile, alertando que sem apoios adicionais a agência pode interromper a assistência em Fevereiro, “pico” da “temporada de fome” no país.

“Cabo Delgado é a província com maior insegurança alimentar em Moçambique e a situação continua a deteriorar-se”, frisou a responsável.

Segundo a fonte, a violência armada em Cabo Delgado intensificou-se nos últimos meses, com ataques a distritos próximos da capital provincial (Pemba) e na vizinha província de Nampula, obrigando mais pessoas a fugirem das suas aldeias.

“Além dos desafios para financiar as suas operações de assistência alimentar, o PAM enfrenta deficiências de financiamento para o Serviço Aéreo Humanitário das Nações Unidas (UNHAS), que administra em nome de toda a comunidade humanitária”, acrescentou Antonella D’Aprile.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada promovida por rebeldes, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Redactor

https://bit.ly/3zwuAZU

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *