Vladimir Putin é bem-vindo na África do Sul
Vladimir Putin é bem-vindo na África do Sul, defende o líder do Partido dos Combatentes da Liberdade Económica (EFF), Julius Malema.
É desta forma que Malema se mostra alinhado com a política externa do país, ao defender que o presidente russo, Vladimir Putin, é bem-vindo na África do Sul.
Esta quinta-feira, Malema chamou a imprensa para, mais uma vez, falar do “sucesso que foram as manifestações do passado dia 20 de Março”, tendo sido franco quando questionado sobre se a África do Sul deveria ou não prender Vladimir Putin, à luz do mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional, caso o líder russo se desloque à terra do Rand em Agosto, para participar na cimeira dos BRICS.
“Vladimir Putin é bem-vindo aqui. Ninguém vai prender Putin”, respondeu Julius Malema.
O líder do EFF até se “ofereceu” para escoltar Putin do Aeroporto para a sala de sessões do encontro dos BRICS e daqui para o Aeroporto.
Malema disse que a África do Sul não pode obedecer a ordens dos “hipócritas do Tribunal Penal Internacional” que na sua óptica têm sido selectivos “porque nada fizeram contra George Bush, que mandou matar Saddam Hussein e nada fizeram com Obama que mandou assassinar Mohamar Kadhafi e outros violadores dos direitos humanos que continuam impunes”.
Há um debate em curso na África do Sul sobre que atitude este país deve tomar, tendo em conta a ordem de captura emitida pelo Tribunal Penal Internacional.
Num passado ainda na memória de muitos, Pretória, na altura sob consulado de Jacob Zuma, ignorou um mandado idêntico, na altura emitido contra o presidente sudanês, Omar Al Bashir, quando este escalou a África do Sul.
Pretória está neste momento a organizar a próxima cimeira dos BRICS, a ter lugar em Agosto próximo, sendo que Vladimir Putin é um dos convidados obrigatórios e com direito à palavra.
A África do Sul tem assumido um papel de não alinhamento na questão da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, muito embora esteja inclinado para Moscovo, a jugar pelos exercícios navais conjuntos realizados e criticados pela embaixada da Ucrânia acreditada em Pretória.
Ano passado, e em ocasiões diferentes, Cyril Ramaphosa falou, ao telefone, com Vladimir Putin e com Volodimir Zelensky e manifestou a disponibilidade de a África do Sul mediar o fim do conflito.
RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul