Thabani Nkomonye, o “Azagaia” de eSwatini

Thabani Nkomonye, um jovem hip-hop, amante do futebol e apaixonado pelas leis, é uma espécie do rapper moçambicano Edson da Luz “Azagaia” de eSwatini. Morto misteriosamente em Maio de 2021, aos 25 anos de idade, volta e meia é usado como ícone de manifestações contra a monarquia prevalecente no pequeno reino montanhoso encravado entre Moçambique e África do Sul.

O portal The Bridge é dos que mais se destacam em reportar surtos de levantamentos e outro tipo de manifestações contra a única monarquia absoluta prevalecente em África, com Thabani Nkomonye, que nunca assumiu interesse em activismo político, como brasão.

Quando morreu, Nkomonye estava no último ano do curso de Direito na Universidade de eSwatini. Como não tinha aulas práticas na faculdade, seguia o seu irmão mais velho, que tem o seu próprio escritório de advogados.

Thabile Nkomonye, irmã de Thabani, é citada por alguma media a dizer que o finado aspirava um dia abrir também o seu próprio escritório de advocacia “e criar oportunidades para os jovens do país”.

O sumiço de Thabani na noite de 7 de Maio de 2021 rapidamente despertou estranheza na família porque, dizem os familiares, “não era normal ele sair sem regressar ou dizer à mãe e à irmã onde estava”.

“Quando não regressou à casa no fim-de-semana de 7 de Maio de 2021, a família começou a entrar em pânico”, disse Thabile, que com a mãe rapidamente desencadeou diligências para a localização de Thabani Nkomonye.

As duas mulheres apresentaram queixa do desaparecimento do seu familiar à polícia, dando origem a “uma série de declarações confusas por parte do departamento de polícia”.

“A polícia disse-nos que o carro de Nkomonye tinha atravessado a fronteira para a África do Sul. Depois disse que se tratava de um erro de digitação. Afinal o carro estava com eles (polícia)”, contou a mãe de Thabani Nkomonye.

Após a sua própria investigação, a família recebeu uma pista de que o Mazda sedan de Nkomonye tinha estado envolvido num acidente. A família foi com a polícia vasculhar o local do acidente – o mesmo local que a polícia disse ter procurado alguns dias antes.

“Quando lá chegámos, a polícia não fez literalmente nada, ficou ali parada. Não sabemos como, nem porquê. Nós, como família, começámos a procurá-lo e, em menos de cinco minutos, encontrámo-lo”, contou Thabile, citada pelo portal sul-africano News24.

Numa declaração em vídeo publicada no Facebook, o porta-voz do Royal eSwatini Police Service, o superintendente Phindile Vilikati, disse que os cidadãos tinham chegado ao local do acidente e tentado ajudar a polícia, causando mais confusão. Vilikati recusou-se a responder a perguntas dos meios de comunicação social fora de eSwatini.

A morte de Nkomonye foi objecto de um inquérito promovido pelo Estado e dirigido pelo magistrado sénior Nonhlanhla Dlamini. A União Nacional de Estudantes de eSwatini considerou que o inquérito “não tem valor”.

No topo da investigação desta ocorrência esteve Pholile Shakantu, ministra da Justiça e irmã do rei, Mswati III, de 55 anos de idade, cujo reinado iniciou em 21 de Agosto de 1982, mas a sua coroação formal ocorreu no dia 25 de Abril de 1986, quando atingiu a maioridade.

STÉLVIO MARTINS

https://bit.ly/41XbJTI

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 16 de Junho de 2023.

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