Pelo menos 10 moçambicanos entre as vítimas de Boksburg
Pelo menos 10 moçambicanos podem estar entre as 17 pessoas que perderam a vida na noite de quarta-feira (05 de Julho) no assentamento informal de Angelo, em Boksburg, Leste de Joanesburgo, após fuga de óxido de nitrato.
A informação foi avançada, na noite desta quinta-feira (06 de Julho) pelo líder da comunidade moçambicana naquela zona, Eduardo Sitoe, que acrescentou que “outros quatro moçambicanos estão hospitalizados”.
As autoridades do Município de Ekurhuleni, área de jurisdição de Boksburg, dizem que as 11 pessoas hospitalizadas estavam a reagir bem, “pelo menos até a tarde de quarta-feira”, havendo algumas que já respiravam sem auxílio de máquinas.
Eduardo Sitoe diz que já esteve com parte dos familiares dos moçambicanos afectados e que “houve uma reunião com as autoridades locais que prometeram ajudar para a realização dos funerais”.
Ao que o Redactor apurou, em Boksburg é feito o processamento do produto retirado das minas abandonadas localizadas no vizinho Germiston, actividade que poderá estar na origem do desastre.
Na fatídica quarta-feira, os garimpeiros ilegais, que se acredita estejam entre as vítimas mortais, terão roubado as botijas de gás na zona de Springs. Há de ter sido no processo de abertura das botijas de gás que o óxido de nitrato escapou, provocando a tragédia.
Os moradores da zona de Angelo dizem ter “sentido um cheiro estranho, comparado a ovo podre” antes do início dos desmaios e depois as mortes.
“Quando chegamos ao local encontramos corpos espalhados no chão” disse um porta-voz dos Serviços de Emergência de Ekurhuleni.
A Polícia fez buscas no local e recolheu mais de uma dezena de botijas de gás e outros instrumentos que eram usados pelos garimpeiros ilegais. Até ontem à noite não havia detenções em conexão com o incidente.
O Presidente Matamela Cyril Ramaphosa expressou “profunda tristeza” pela devastadora e trágica perda de vidas humanas, em Boksburg.
Numa mensagem emitida, esta quinta-feira, Ramaphosa pede que os investigadores identifiquem as causas do incidente, para evitar acidentes semelhantes no futuro.
RAULINA TAIMO, Correspondente na África do Sul