Reacção da RENAMO aos resultados das autárquicas

A Comissão Política Nacional da RENAMO esteve reunida hoje em Maputo em sessão extraordinária para apreciar os resultados intermédios oficiais das eleições de 11 de Outubro corrente anunciados pelos órgãos gestores das eleições este sábado.

No final da reunião o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, afirmou que o partido venceu as eleições autárquicas e não reconhece os resultados anunciados pelos órgãos eleitorais, denunciando uma “megafraude” para “manter” Filipe Nyusi e o partido Frelimo no poder em Moçambique.

“A megafraude, a manipulação dos resultados eleitorais, visam criar um ambiente de guerra para o senhor Filipe Jacinto Nyusi [Presidente da República] e o partido Frelimo manter-se no poder ilegitimamente”, afirmou esta tarde o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO, maior partido da oposição), em Maputo, no final de uma reunião extraordinária alargada da Comissão Política Nacional.

O encontro serviu para analisar “o decurso do processo de votação e apuramento” das sextas eleições autárquicas realizadas em 11 de Outubro em 65 municípios, sobre as quais os órgãos eleitorais já anunciaram a vitória do partido Frelimo, no poder desde a proclamação da independência em 25 de Junho de 1975, em pelo menos 45 e uma para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com a RENAMO a perder até agora todas as oito autarquias que controlava.

“É um autêntico aniquilamento da democracia em Moçambique”, disse Ossufo Momade, pelo que aquele órgão do partido coloca a responsabilidade no chefe de Estado nas conclusões desta reunião: “Responsabilizar o Presidente da República e a Polícia da República de Moçambique por toda a instabilidade e convulsão social em consequência da fraude eleitoral”.

“A Comissão Política Nacional constatou com muito agrado que o partido RENAMO ganhou as eleições autárquicas”, afirmou o líder do partido, citando os dados da contagem paralela recorrendo às atas das assembleias de voto, e criticando a Comissão Nacional de Eleições (CNE), face ao “cenário de autêntica negação de eleições livres, justas e transparentes”.

Afirmou que o partido decidiu “não aceitar e repudiar todos os resultados eleitorais que estão a ser divulgados”: “Lá onde ganhámos, queremos a vitória. Não é um determinado partido que pode adiar a vitória”.

Apontou como exemplos de vitória da RENAMO nestas eleições as autarquias de Nampula, Quelimane, Vilanculo, Angoche, Nacala, Ilha de Moçambique, Matola, Marracuene e Maputo, dizendo que são as “actas coladas nas paredes” logo após a contagem de votos que o provam.

“Mas foi orientado pelo Comité Central [do partido Frelimo] a mudar o cenário. E nós não vamos aceitar”, assegurou.

A RENAMO queixa-se que “em várias as autarquias, os cadernos de recenseamento eleitoral entregues aos partidos políticos eram diferentes dos que estavam nas mesas de votação”, o que “impediu o acompanhamento e controlo da votação para os delegados de candidatura”.

Também que “em quase todas autarquias, no acto do apuramento quando os resultados da davam larga vantagem ao partido RENAMO, a polícia invadia as assembleias de voto, em tiroteios e lançou gás lacrimogéneo para interromper o escrutínio em curso”. “E, acto contínuo, recolheu as urnas adjudicações para parte incerta, sem o acompanhamento dos delegados de candidatura, os membros das mesas de votação e observadores”, denunciou.

Afirmou igualmente que nas autarquias onde a RENAMO ganhou as eleições, “os presidentes das mesas de votação foram instruídos a não preencher as actas”.

Redactor

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