Zuma lidera campanha do ANC em KwaZulu-Natal
Encrencas internas à parte. O Congresso Nacional Africano (ANC), decide opar pelo antigo estadista sul-africano, de candeias às avessas com o seu sucessor e líder do partido governamental, para encabecar a campanha eleitoral dos “comrades” na província de KwaZulu-Natal.
Jacob Gedleyihlekisa Zuma, de 81 anos de idade e o actual presidente do ANC e chefe de Estado sul;africano, Matamela Cyril Ramaphosa (70), não tem tido bom relacioamento, mas em tempo de crise [quase] existecial do partido a que ambos pertencem preferem unir esforcos.
De uma forma geral as sondagens apontam para grandes dificuldades do ANC em vencer as eleições do próximo ano de forma confortável, devido ao alegado descontentamento dos sul-africanos que “culpam” o partido que um dia foi presidido por Nelson Rolihlahla Mandela (Madiba), já falecido pelos actuais desafios que o país enfrenta, com destaque para a crise de energia, desemprego, corrupção e criminalidade.
Sabendo que Zuma goza de popularidade, o ANC em KwaZulu-Natal quer tirar proveito desse facto, tendo em perspectiva supercar os 54,22% com que ganhou nesta parcela, nas eleiçoes de 2019.
Desde que saiu da prisao, em Outubro de 2021, o ex-presidente tem sido bastante discreto aparecendo, somente, quando se dirige aos tribunais para resolver os muitos problemas que tem com a justiça sul-africana.
No ultimo sábado, Jacob Zuma quebrou a monotonia e orientou um mini-comício na zona de Mandeni, Norte de Durban, no qual criticou a liderança de Cyril Ramaphosa, mas fez apelos para que os apoiantes do ANC continuem a depositar confiança no partido.
Zuma disse que estava preocupado com o rumo que o ANC está a tomar e a forma como é liderado, contudo pediu que nao se deixe de votar no ANC “por causa de um indivíduo” sublinhando que “o ANC não pretence a individuos”.
“Temos de votar no ANC e temos o dever de mobilizar outras pessoas para votarem no ANC e dizer-lhes que se não votarem, não estarão a fazer nenhum bem á nossa libertação. Precisamos de resgatar o ANC”, disse Zuma.
O ex-presidente vincou que as divisoes no seio do partido estão a aumentar e que a confiança no ANC reduziu.
Não está claro ainda se Zuma vai ou não aceitar o desafio de liderar o ANC, na campanha eleitoral para as eleiçoes de 2024.
Em Agosto passado, o ex-presidente do ANC, Thabo Mvuyelwa Mbeki, disse que não estaria preparado para fazer campanha pelo ANC, a menos que o partido se renove.
Mbeki foi afastado do cargo de presidente do ANC e da África do Sul em 2009 e só em 2019 é que começou a participar publicamente em eventos do Congresso Nacional Africano.
RAULINA TAIMO, Correspondente na África do Sul