BSF

Na semana passada tentei explicar que as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) são o somatório das disponibilidades de um país para efectuar compras no exterior.

É com uma parte da RIL que são importados os BSF e os BSNF, que os abordaremos a 2 de Fevereiro de 2024.

Os BSF – Bens e Serviços Factoriais – são aqueles bens e serviços usados como insumos (intermediários) para a complementação do processo fabril de um bem ou serviço. Isto é, são todos aqueles bens e serviços que são importados para a fabricação de outros bens e serviços finais. Os BSF ajudam-nos a termos bens e serviços prontos para serem consumidos.

Os BSF utilizamo-los para termos bens e serviços já concluídos para satisfazerem a Procura Global (D – Demand – a doméstica e a externa). Tenhamos sempre em linha de conta que as exportações visam satisfazer a procura externa, que é parte integrante da Procura Global. São aqueles bens e serviços localmente produzidos ou importados que entram como intermediários no processo de produção de bens e serviços finais. São os, também, chamados insumos exigidos na cadeia de produção de um bem ou serviço final. São os factores de produção usados para fabricação de um bem ou serviço final. São exemplos de BSF: i) as matérias-primas; ii) os produtos intermediários; iii)a mão-de-obra; iv) o fermento no fabrico de pão; v) o tecido na confecção da camisa; vi) o adubo na produção de arroz; vii)o couro na fabricação do calçado.

As “commodities” (por exemplo, “crud oil”) importadas e usadas para a produção de vários produtos finais derivados do petróleo são BSF. “Commodities são produtos que funcionam como matéria-prima. Geralmente, são produzidos em larga escala e podem ser guardados sem perder a qualidade. Dessa forma, o mercado de commodities tem os seus preços definidos pela oferta e procura desses materiais primários”.

Autores há, com cuja advocacia comungo, que defendem a tese segundo a qual importar muito não é mau desde que sejam BSF susceptíveis de posteriormente serem usados como insumos na transformação de bens e serviços finais com o quais a Oferta (S – Supply) satisfaz a Procura (D – Demand). Portanto, importar não é mau. Mau é importar, sem necessidade, itens supérfluos. Bens e serviços acabados – BSNF (Bens e Serviços Não Factoriais) – prontos para serem consumidos internamente. Nem geradores de valor acrescentado aos produtos e serviços primários domésticos. É o caso, por exemplo, de serem importados automóveis de luxo para as famílias se recrearem ou para mera ostentação de riqueza. Já é diferente se o país importar máquinas pesadas, que ainda não as fabrica, para serem usadas na construção civil.

O Japão – passe a propaganda – sem muitos recursos primários domésticos, é dos países industrializados que mais importa no mundo, mas nem por isso a sua Balança Comercial é deficitária. A sua Balança Comercial não é negativa porque exporta muito. Isto é, importa muita quantidade de BSF para acrescentar-lhes valor transformando-os em bens e serviços acabados, tornando-se assim um grande exportador de BSNF.

ANTÓNIO MATABELE

*   economista

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 16 de Janeiro de 2024, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato

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