Agiu de má fé
Há rumores de haver manifestação pacífica à escala nacional. Manifestações essas em repúdio às tarifas elevadas sobre as chamadas de voz e a Internet que parece escalar o monte everest.
Ou por outra, a Internet em Moçambique virou luxo e não é qualquer um que se atreve a tê-la. Os alunos estão relegados à miséria. Os que usam a Internet para seus negócios já estão retrocedendo, os YouTubers estão neste momento ameaçados e a sociedade no geral está de luto.
No dia 18 de Maio, está estabelecida a corrida para a manifestação. Tal igual fizeram a marcha aquando da morte do Azagaia. Será que estamos numa nova era dos jovens da geração 18 de Maio? Vamos ao ponto central.
Enquanto isso, jovens de todo o país lutam para informar os dirigentes do seu local de vivência para que eles tomem conhecimento sobre este acto cívico e de direito ao cidadão como apregoa a Constituição da República de Moçambique no seu artigo 51.
Com isso, vêm nos notícias de Chimoio, uma cidade pacata e a tamanho de Nazaré que o edil recusou a realização da manifestação pacífica. Ou seja, resolveu unilateralmente rasgar a Constituição da República colocando em primeiro lugar seus interesses e do seu partido.
Primeiro, este mesmo edil prometeu ao povo do Chimoio uma praia artificial, o que não estamos ouvindo que está se empenhando para o efeito. Não seria sadio ele se preocupar em realizar o que prometera a população aquando da campanha eleitoral? Será que está se sujando com as bostas do regime? Chimoio era uma cidade obediente aos apelos sociais, será que quebrou o hímen?
Ao “indifirir”, emprestei o termo usado no despacho. Mostrou que agiu de má-fé e que há ainda tempo para recuar e se expor ao público para explicar o paradeiro da praia artificial. Ao edil de Chimoio, fica a alerta que o povo não Votou a Frelimo, Votou ao Mandevo pela confiança e seriedade, e não pode defraudar os desejos populares.
Aos jovens de Chimoio, tenham consciência que a Constituição da República não pede autorização para uma reunião, manifestação etc, mas apenas informação às autoridades. Vocês fizeram vossa parte e podem, querendo, fazer à revelia do documento exarado ilegalmente. A isso chama-se direito à desobediência.
Aos jovens moçambicanos, fortaleçam a geração 18 de Maio qje seja ela lutadora das causas sociais. E podemos até vender umas alianças de cor preta que simbolizam o compromisso com as causas sociais e a luta pela igualdade.
Se os jovens de 25 de Setembro foram reconhecidos pela bravura na libertação do país das garras do colono, os de 08 de Março pela guerra civil, os da virgem por virarem lambebotas, vocês virem os verdadeiros lutadores pelas causas sociais.
Abandonem a bajulação, saiam do comodismo, se doem como sacrifício vivo e agradável à nação, escutem vozes libertadoras do país, se inspirem nos Pan africanistas e sejam únicos. Estão num bom caminho!.
Enquanto isso, no chimoio e outros locais estão se produzindo novos ditadores, a juventude deve se manter robusta e equilibrada. A juventude geração 18 de Maio deve ter sua própria identidade imbatível e inconfundível. Uma juventude coesa e apaixonada pelo país.
Uma juventude idealista e prática. Extrovertida, mas determinante. Disciplinada também aquela que cobra do governo as boas políticas públicas. Se agiu de má fé, esperamos que volte ao seu primeiro amor. Enquanto isso, no dia 18 de Maio de cada ano, os brasileiros saem às ruas para conscientizar as pessoas sobre a violência sexual de crianças, adolescentes e jovens num caso gritante da menina Araceli.
“O Caso Araceli refere-se à morte da menina brasileira Araceli Cabrera Sánchez Crespo (São Paulo, 2 de julho de 1964 — Vitória, 18 de maio de 1973), de oito anos de idade, assassinada em 18 de maio de 1973. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, desfigurado por ácido e com marcas de violência e abuso sexual”.
A luta continua pelas causas sociais. E vivam os jovens da geração 18 de Maio.
JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA