A voz do povo é lei

Não há mais tempo para alimentar o medo. Não há mais espaço para fecundar o medo. Não há mais campo para jogar a favor do medo. Não há mais adeptos do medo neste país. Enquanto as leis ocultas fazem-se valer levando activistas e defensores dos direitos humanos sem mandato de busca e captura, o povo deve organizar-se para reprimir essa desordem num país dito democrático.

Como Samora dizia: “façamos da escola uma base para o povo tomar o poder”. Ele estava dizendo que a escola é o único lugar para se ganhar consciência, perder-se o medo, reconquistar o país, defender-se dos predadores, avançar com novo modelo de governação, formação de mentes revolucionárias e espaço onde o povo conquista o seu poder que está em mãos alheias. 

A voz do povo é lei. Chegando o tempo das eleições ou prestes a isso, devemos, antes de qualquer emoção, escutar a inclinação dos nossos corações. Devemos ver como os outros povos de outros países vivem. Devemos saber defender o que nos pertence. Lutemos pelos moçambicanos e para os moçambicanos. Basta a balbúrdia neste país. Basta a exploração neste país. Basta!

A nossa luta não é contra algum partido político ou grupo de políticos, é contra os colonos pretos instalados no nosso país que são aversos ao desenvolvimento e que com a pobreza ou pseudo-pobreza tiram vantagem disso. Eles alegram-se com a miséria do povo, a esse comportamento devemos combater imediatamente. São absolutistas do poder e nós queremos poder compartilhado, ou seja, descentralização do poder.

Se o povo escolheu o seu filho para empossar como presidente, isso deve acontecer, ainda que com isso tenha de se derramar sangue. Neste país, não teremos a sorte que tiveram os do Burkina Faso, com o jovem Ibrahimo Traoré, por isso que a luta deve ser manual e mano a mano nas urnas. Estratégia inteligente. Agora a luta deve ser no campo de ideia e não com armas ou coisa similar.

É preciso que cada um seja vigilante do seu voto. No dia da votação, cada um deve levar o seu lanche para os que moram longe das mesas das assembleias de voto. Para os que moram perto, até as 17h30, devem estar perto do local para vigiarem o seu voto. 

Nos próximos dias, aos professores será pago tudo o que o Governo deve e esquecer-se-ão da miséria quinquenal e venderão o seu voto. Meus irmãos, não façam isso. Agradeçam o pagamento que será feito e saibam que isso não é favor e nunca foi boa vontade do Governo, é dinheiro vosso e têm-no por direito. Depois, votem na mudança e na liberdade. Hora de mudar!

Aos enfermeiros, médicos e todo o pessoal da saúde será pago o dinheiro devido e até com direito ao subsídio de risco e também subsídio de tosse, subsídio de falta de medicamentos, falta de receita, falta de macas, falta de comida, enfim. Recebam o dinheiro e depois votem na mudança e liberdade. Queremos acabar com a partidarização do estado e coerção política institucional. 

A voz do povo é lei. Os meus queridos e amados irmãos agentes da Polícia e militares, vocês são abençoados, donos do país, terão chance pela primeira vez na história de fazerem diferente. Usem o poder que estiver e que sempre esteve nas e sob vossas mãos em defesa do povo. Votem na mudança e liberdade. Vocês são os mais sacrificados deste país. 

Limpem a vossa imagem defendendo o povo. Olhem para os 4, 5 e 6 meses sem salário. Vocês merecem muito. Eles criaram leis para não fazerem greve, pois sabem do que são capazes. Façam o seguinte: combinem com o povo e no dia que o povo sai à rua, não façam nada, acompanhem-no, permitam que marche e, se alguém cometer desordem, prendam, mas apoiem o povo.

Vocês são povo. Arrendam casas de capim e eles vivem o luxo. Vocês sobem os “chapas” do povo e eles vivem o luxo. As inundações não escolhem se é casa do polícia ou militar, são reassentados no mesmo lugar do povo. Façam diferente, irmãos nossos.

O povo já disse: “basta” e isso é lei. Todos devemos lutar por um Moçambique melhor e desenvolvido. Descartemos os opressores e sejamos uma só voz. Não esqueceria a classe dos jornalistas. Agora temos a chance de mostrar quem deve ser o nosso próximo ícone. Votem na mudança e liberdade de imprensa sem procrastinação.

Os nossos microfones e câmeras devem especializar-se na verdade e na noticiabilidade sem futilidade. Bajulação deve ser algo do passado. Agora é mudança e novo modelo de jornalismo em Moçambique. Haverá mortes e perseguições? Sim! Felizes os jornalistas que amam este país.

Ao povo no geral, é hora de mudança e liberdade. Nada a perder e muito menos emoção por um pedaço de capulana ou camiseta. Chegou o tempo de fazer jus às palavras de Samora Machel. 

Por fim, diria: façamos das urnas único lugar para o povo tomar o poder. Votou e sentou, deve ser o lema. A voz do povo é lei. Se não formos nós, quem será por nós?

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 06 de Junho de 2024.

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