Água

Água

A água (H2O) faz parte do Capital Natural pertencente ao Homem. Os cientistas dizem que ela é um composto físico/químico, resultante da junção do “H2” (Hidrogéneo) mais o “O” (Oxigénio). Nós, os consumidores, pensamos que é um produto inesgotável, gratuito, dádiva Divina. Mas esta nossa percepção errada acerca da água e da sua importância na nossa vida só vem ao de cima quando ela se nos escasseia não jorrando na torneira, tenha secado no poço ou no rio ou tenha evaporado do lago e os nossos gados e produtos nas nossas machambas morrem e secam, respectivamente.

Isto quer dizer que a água é, também, um recurso escasso, raro, caro e não renovável. Quando olhamos para o mapa-mundi ficamos com a convicção de haver mais superfície aquática do que terrestre. Quando apreciamos os grandes rios, cursos de água, ribeirinhos e lagoas, aí pensamos que o planeta terra tem bastante água para, de forma ilimitada, prover as nossas necessidades deste precioso líquido. Mas engano nosso. As águas salgadas dos oceanos são em maior quantidade que as chamadas águas doces. Nem toda a água existente nos lençóis freáticos do subsolo é apropriada ao consumo humano por ser de alto teor de salinização, que não serve para as múltiplas necessidades do Homem, abeberamento dos animais, nem para a irrigação agrícola.

Mais uma vez, nestas circunstâncias, o génio de gestor dos recursos escassos inerente ao espírito do Homem é chamado a intervir. O Homem terá de libertar a sua iniciativa criadora. Ter capacidade administrativa de gerir a escassez de água no planeta terra.

Acerca da problemática de gestão da escassez ou do défice sazonal da água, o Governo de Moçambique já tem desenhada a matriz para encontrar a sua solução. Em tal matriz está a construção de dez mil represas em dez anos. Este programa e projecto já está inscrito no Programa Quinquenal do Governo (PQG), conforme declaração recentemente feita (26/07/2024) pelo ministro Carlos Mesquita, da pasta das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, em Murrupula, quando o nosso Presidente da República inaugurou um sistema de abastecimento de água àquela vila.

DEZ MIL REPRESAS EM DEZ ANOS não é utopia. É possível e passível de este objectivo ser concretizado a custos controlados e com a consequente formação de técnicos locais para a sua manutenção. Pois a manutenção tem sido o “calcanhar de Aquiles” que diminue a longevidade útil dos nossos projectos. Os técnicos locais que participarão na construção destas represas terão emprego e trabalho assegurados, durante a sua construção, funcionamento e alargamento posterior onde esta extensão for necessária.

Como Moçambique tem 154 distritos, o rácio será de 64,9 represas em cada distrito em 10 anos. Isto significa que anualmente construir-se-ão 6,49 represas em cada distrito. O custo de cada represa rondará entre 800 mil meticais e 1 milhão de meticais.

Os benefícios directos e as externalidades advenientes destas represas são variados. Vão desde a saúde, agricultura, pecuária, indústria e vastas áreas.

ANTÓNIO MATABELE *

*Economista

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 02 de Agosto de 2024, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato.

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