Marcou-se claramente o fim da democracia em Moçambique

Hoje, 21 de Outubro de 2024, mais uma vez Moçambique testemunhou uma repressão policial a manifestações populares. O acto evidencia o crescente distanciamento entre o governo e a população, especialmente em um momento de descontentamento pós-eleitoral. 

A manifestação, que tinha como objectivo contestar os resultados das eleições de 9 de Outubro de 2024 (e repudiar o assassinato bárbaro se Elvino Dias e Paulo Guambe, vítimas de um ingerenciamento governamental), denunciadas por muitos como fraudulentas, foi recebida com força e violência, demonstrando a postura autoritária do Estado.

O uso da força contra cidadãos que exercem seu direito de protestar envia uma mensagem clara ao mundo: o governo moçambicano, liderado pela FRELIMO está mais focado em manter o controle e silenciar vozes dissidentes do que em promover um diálogo democrático. 

Tal comportamento alimenta uma narrativa de instabilidade política e social, que poderá ter repercussões tanto internas quanto externas. A repressão violenta reforça a imagem de um regime que, em vez de promover a liberdade de expressão e o respeito aos direitos humanos, opta por sufocar a opinião pública, alimentando um clima de medo e insegurança.

Internacionalmente, isso pode afectar a posição de Moçambique no cenário global. Organizações de direitos humanos e países parceiros podem pressionar por sanções, condicionamento de ajuda internacional ou mesmo isolar o governo em fóruns multilaterais. 

O país, que enfrenta desafios económicos e sociais, corre o risco de perder o apoio necessário para impulsionar seu desenvolvimento, o que poderá agravar ainda mais a crise interna. Talvez essa é a ideia do governo, ser isolado para promover festa de violação dos direitos humanos. 

As consequências futuras para Moçambique são preocupantes. Com a crescente desconfiança nas instituições e no sistema político, pode-se esperar um aumento de tensões, mais manifestações, e a possível radicalização de movimentos sociais. 

A repressão contínua pode levar a uma maior instabilidade, com impactos diretos na segurança, na economia e na coesão social do país. O governo moçambicano, ao insistir em reprimir o povo em vez de ouvi-lo, caminha para um futuro incerto, no qual a paz e a democracia se tornam cada vez mais distantes.

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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