Os ventos sopram ao Norte
Os ventos sopram ao Norte, trazendo consigo um clamor de liberdade e justiça que ecoa em cada esquina, cada praça e cada rua de Moçambique. O povo, firme e determinado, ergueu a voz contra injustiças que há muito tempo são silenciadas, lutando por um país mais justo, onde cada cidadão possa expressar suas ideias sem medo de represálias.
Contudo, ao longo das manifestações, a polícia tem mostrado um comportamento lamentável, agindo com truculência e reprimindo aqueles que, pacificamente, buscam seus direitos. Atitudes violentas e desmedidas que, em vez de proteger, têm intimidado e ameaçado a liberdade do próprio povo a quem deveriam servir.
Por outro lado, os militares mostraram-se mais sensíveis e atentos às dores e reivindicações da população, muitos deles posicionando-se ao lado do povo ou contendo-se em sua atuação.
Estes militares compreenderam que a função de uma força de segurança é proteger e não oprimir, que seu compromisso é com o bem-estar nacional, não com a imposição de uma ordem injusta e autoritária. É justo exaltar essa postura que revela uma conexão genuína com as necessidades e aspirações populares.
As ruas pulsam com o esforço de cada cidadão moçambicano que, movido por uma força incansável, continua a protestar, a exigir dignidade e direitos fundamentais. Esse povo, que enfrenta desafios diários, demonstra a coragem de quem já não pode mais suportar as condições impostas por um sistema insensível.
Suas vozes reflectem o anseio por um Moçambique inclusivo, onde a democracia e a justiça social possam prosperar. É o único país que temos e devemos lutar por ele…
Ao governo, um conselho: não se feche à realidade. Escutar as demandas do povo é um dever. A insensibilidade é uma escolha perigosa, pois onde há silêncio imposto, há dor acumulada. E onde há dor, sempre haverá resistência.
Que os governantes não ignorem essa lição que os ventos do norte trazem, para que juntos possamos construir um futuro de paz e progresso real para Moçambique.