A Escola de Mentirosos: Formando líderes em discursos de encantamento  

Imagine uma instituição secreta, escondida entre as palmeiras e os cajueiros de Moçambique, chamada Escola de Mentirosos Avançados (EMA). Ali, desde tempos imemoriais, os futuros líderes do país aprendem a arte de seduzir o povo com palavras doces enquanto guardam na gaveta a fórmula mágica para transformar sonhos em poeira.  

Foi nessa prestigiada escola que o jovem Nyusi, anos atrás, defendeu sua tese de pós-graduação intitulada: “O Povo é Meu Patrão, Mas Só Até Eu Mandar Neles”. A apresentação foi um espetáculo! 

Os professores aplaudiram de pé. “É isso! É isso que chamamos de promessas vazias, mas reconfortantes!”, disseram. O título de Sumo Mestre das Esperanças Quebradas foi entregue a ele com honras.  

Corta para dez anos depois. O patrão virou empregado e o povo, bem… o povo foi demitido dos seus próprios sonhos.  

Agora surge Chapo, um aluno promissor, a nova estrela da EMA. Em seu discurso de formatura, ele apresentou um trabalho intitulado: “Não Vou Deixar o Povo Sofrer, Mas Vou Deixá-lo Desconfiado”. 

E lá estava ele, com uma fórmula de conquista digna de novela romântica. Quem quer uma mulher fala coisas bonitas até conseguir em sua posse, mas depois que consegue, ai vai a novela.  

Mas os veteranos da escola sabem o segredo. Assim como o encantador de serpentes toca flauta para hipnotizar cobras, os líderes moçambicanos aprendem a hipnotizar eleitores com promessas que soam como música, mas terminam como silêncio ensurdecedor.  

E assim, o povo, sempre optimista, vai de discurso em discurso, acreditando que a nova promessa será diferente, até perceber que a única coisa que realmente muda são as frases de efeito.  

Talvez seja hora de o povo se matricular na EMA, afinal, seria bom aprender a identificar mentiras antes que elas sejam aprovadas com louvor!

A EMA está com matrículas abertas e as vagas dão limitadas. Corra!

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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