Crédito à economia recua em Fevereiro para 284.045 milhões de meticais
O ‘stock’ do crédito à economia de Moçambique recuou ligeiramente em fevereiro, para 284.045 milhões de meticais, a maior queda mensal num ano, indicam dados oficiais.
Segundo dados de um relatório estatístico do Banco de Moçambique, este desempenho compara com os 286.511 milhões de meticais em Janeiro, representando assim um recuo de quase 1%, após meses praticamente consecutivos de aumento.
Em Abril de 2024 o ‘stock’ de crédito também tinha recuado, 1%, então para 270.676 milhões de meticais.
O volume de crédito concedido pela banca moçambicana continua assim a afastar-se do pico histórico de 290.973 milhões de meticais em Novembro de 2024.
De acordo com os dados do banco central, o crédito a particulares continuava a liderar em fevereiro deste ano, subindo para quase 98.837 milhões de meticais.
Seguia-se o sector dos transportes e comunicações, cujo total de crédito concedido pela banca voltou a cair ligeiramente em Fevereiro, para 22.634 milhões de meticais, a indústria transformadora, com 22.230 milhões de meticais, e o comércio, com 21.846 milhões de meticais.
A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique vai manter-se inalterada em Abril, em 18,5%, com o sistema bancário a não acompanhar a recente descida decidida pelo banco central, anunciou esta semana a Associação Moçambicana de Bancos (AMB).
A AMB já tinha cortado em Março 50 pontos percentuais a esta taxa, que desceu para 18,5%, então o quinto corte em seis meses, já que apenas em Fevereiro a taxa tinha ficado inalterada em 19%, tal como acontecerá agora em Abril.
Desde Janeiro de 2024 que a taxa, conhecida como ‘prime rate’, tem vindo progressivamente a descer, após seis meses consecutivos em máximos de 24,1%.
As oscilações da ‘prime rate’ estão associadas à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da ‘prime rate’) pelo banco central, para controlar a inflação.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu em 26 de Março nova descida da taxa de juro de política monetária MIMO, de 12,25%, em vigor desde Janeiro, para 11,75%.
“Esta medida decorre, essencialmente, da manutenção das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante o aumento das incertezas quanto aos efeitos do agravamento do risco fiscal”, refere-se no comunicado final da reunião CPMO, que acontece a cada dois meses.
Redactor
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