BM: Medidas corajosas

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, desafiou hoje o novo vice-governador do Banco de Moçambique (BM), Victor Pedro Gomes, a tomar medidas corajosas para a reposição da estabilidade económica, alertando para a complexidade da conjuntura que o país atravessa.

“A situação que o país atravessa exige a tomada de medidas corajosas, visando repor a estabilidade económica”, disse Filipe Nyusi, na cerimónia de tomada de posse do novo vice-governador do banco central.

A criação de condições para que Moçambique volte para o mercado internacional, sendo um ponto de atração para investimento, foi apontada pelo chefe de Estado como uma prioridade, bem como a expansão do sistema financeiro por todo o país.

“Temos de manter a nossa firmeza rumo a um crescimento económico sustentável”, declarou Filipe Nyusi, observando que é preciso tomar o banco central como um dos principais elementos para a estabilidade macroeconómica num contexto de crise.

Por sua vez, o novo vice-governador disse que a reposição da estabilidade será uma prioridade no seu mandato e os desafios que hoje assumiu só poderão ser ultrapassados com o envolvimento de todos.

“Primeiro, temos de criar a estabilidade do Metical”, declarou Victor Pedro Gomes, que aponta também como prioridades a recuperação da confiança dos agentes económicos e o estabelecimento de um sistema financeiro sólido.

“Este contexto cria uma certa incerteza e os agentes económicos precisam de ter certezas, isto é muito importante”, frisou o novo vice-governador.

Victor Pedro Gomes regressa ao banco central, onde era administrador do pelouro de Mercados, Aprovisionamento e Património, antes de ser chamado, em 2014, para a liderança dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique.

Economista de formação, foi ainda administrador do Banco Comercial de Moçambique, actual Millennium bim, a maior instituição bancária do país.

A indicação de Victor Borges Gomes segue-se à substituição do governador do Banco de Moçambique, em Setembro passado, quando Rogério Zandamela, quadro do Fundo Monetário Internacional (FMI), substituiu Ernesto Gove ao fim de cinco anos do seu segundo mandato.

Zandamela chegou ao cargo quando Moçambique enfrentava uma espiral de desvalorização do Metical face ao USD, subida galopante da inflação e ainda os efeitos da queda dos preços de referência das matérias-primas de exportação, da guerra no centro do país e das catástrofes naturais.

Redacção

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