Brincar às universidades
Universidades – Eish… eish… eish… Não sei por onde pegar.
Há muitos assuntos por “vomitar” no Rancor do Pobre: brincar às universidades, tendência de culto de personalidade e violação sistemática e deliberada da Lei de Imprensa em Moçambique, indisciplina ou excesso da democracia dentro do ANC, na África do Sul, rancor dos líderes africanos com o Tribunal Penal Internacional (TPI), papel dos líderes da África Ocidental na solução do problema de ganância do poder na Gâmbia e ordem executiva do Presidente norte-americano contra emigrantes de sete países, três dos quais africanos.
Há muita coisa. Mas vamos por partes.
No último Rancor do Pobre disse que há muito tempo que não tinha contacto físico com Moçambique. Em 2016 passei férias no país vizinho da África do Sul e vi muita coisa boa e má.
Há vários anos que a Universidade Pedagógica (UP), criada como Instituto Pedagógico para formar professores, fazia produção industrial de quadros com nível de licenciatura.
O curso de Planificação, Administração e Gestão de Educação (PAGE) é considerado emblemático na proliferação de diplomados licenciados questionáveis.
Moçambique tem grande défice de quadros com formação superior. Mas o processo de formação não pode ser omolete sem ovos, só para encher o estômago vazio.
A UP gastou mais de dois milhões de dólares norte-americanos na montagem de uma faculdade de medicina em Mutamba, província de Inhambane. O país tem enorme falta de médicos e precisa deles para resolver os problemas da saúde da população. Entretanto, regra geral, faculdades de medicina estão ligadas com grandes hospitais.
Com a falta de médicos em todo o país, a UP viu oportunidade de formar quadros numa faculdade afastada de hospital e sem recursos humanos em Mutamba. Fiquei muito desapontado com a iniciativa.
Medicina é uma área muito delicada e sensível. Lida com a saúde e vida de seres humanos.
Uma amiga enfermeira contou-me ter testemunhado estudantes em Mutamba que na sua vida académica nunca tinham tido contacto directo com doente. Nunca tinham usado instrumento de medição de tensão arterial e muito menos aplicar injecção a um paciente, mas já estavam no segundo ano do curso superior de Medicina.
Meu Deus… para onde vamos…? Que médicos vão sair de Mutamba…?
Felizmente, a nova direcção da UP suspendeu novas entradas de estudantes. Parabéns, Dr. Jorge Ferrão. O país não pode brincar às universidades só para comprimir metas, apesar do Rancor do Pobre que precisa de formação superior.
Thangani wa Tiyani