Crises fabricadas
Na região da África Austral, pelo menos três países enfrentam profunda crises fabricadas, cada um à sua maneira, provocada pelos respectivos dirigentes políticos.
O Zimbabwe, que já foi considerado “celeiro da região” na altura em que aÁfrica do Sul estava isolada do Mundo por causa do apartheid, enfrenta uma crise económica sem precedentes provocada pela implementação da reforma agrária que consistiu na expropriação das terras ocupadas por agricultores brancos para os nativos sem terra no seu próprio país.
Quase todos os zimbabueanos concordam que alguma coisa devia ser feita em relação à posse da terra, mas condenam o método violento usado contra os ocupantes brancos. Mais de 200 mil zimbabueanos refugiaram-se na África do Sul desde 2008 e muitos vivem em condições precárias.
O seu estatuto especial expira no final deste ano e não será renovado, o que significa que deverão regressar à “casa em chamas”.
Um agente da Polícia zimbabueana de trânsito desesperado passou uma noite ao relento na porta da casa de um operador de Táxi à espera de cobrar 50 dólares de suborno por violação do código de estrada. Mas o idoso presidente zimbabueano, Robert Gabriel Mugabe, 93 anos, insiste que o seu país e o povo estão saudáveis.
África do Sul, o país mais industrializado de África, é considerado o mais desigual no planeta por causa do regime do apartheid. Cerca de 17 milhões de sul-africanos vivem de subsídio social do governo e não têm acesso à posse e ao aproveitamento da terra no seu próprio país.
Nos últimos anos, políticas governativas mal cozinhadas atiraram o país mais industrializado do continente ao estatuto de “lixo”, agravando o custo de vida no mercado.
Mas alguns dirigentes políticos estão menos preocupados e alertam os brancos a cuidarem-se porque poderão enfrentar tempos difíceis na “nação arco-íris”.
Moçambique, empobrecido pelas políticas da dominação colonial portuguesa e pelo longo conflito armado, estava em ascendência depois da guerra. Mas dirigentes políticos tramaram tudo e todos com dívida não declarada que levou os doadores a fecharem “torneiras”.
Os colectores de impostos dizem que mesmo se os financiadores mantiverem as “torneiras” fechadas, o país vai viver com receitas internas próprias. Meu Deus… Meu Deus… que baboseiras com temperos políticos azedos.
Famílias dos trabalhadores estão em apuros, porque Estado não tem liquidez e os salários chegam a conta-gotas, fora do tempo previsto.
Pede-se menos jogos políticos em tempos de crise para minimizar o rancor do pobre.
Thangani wa Tiyani