África: Falta de austeridade
África tem 1,2 mil milhões de habitantes, maior parte dos quais vive na miséria ou seja abaixo da linha da pobreza estabelecida pelas Nações Unidas.
Entretanto, todos os seus 54 chefes de Estado e de Governo vivem na maior opulência extensiva aos seus ministros, esposas, filhos, amantes e seus familiares.
Alguns têm contas bancárias gordas na Suíça ou noutros paraísos fiscais do Mundo.
Fazem ouvidos de mercador aos gritos para disciplina e austeridade feitos pelos países doadores, alguns dos quais com longa tradição de disciplina e austeridade calculadas.
Semana passada, o novo Presidente francês, o jovem Emmanuel Macron, formou o seu governo com 22 ministros (11 homens e 11 mulheres) de todos os extractos políticos da sociedade francesa, ou seja, esquerda, centro e direita.
Dados económicos indicam que a França tem um Produto Interno Bruto de 2.422 mil biliões de dólares norte-americanos.
A África do Sul tem um governo de cerca de 75 ministros e vice-ministros com um Produto Interno Bruto de 312,8 biliões de dólares norte-americanos.
Moçambique, um dos países mais empobrecidos do Mundo, tem 22 ministros e cerca de 20 vice-ministros, com um Produto Interno Bruto de 14 biliões de dólares norte-americanos.
A Suécia, que financiou a auditoria das dívidas ocultadas ao Parlamento que sufocaram o “maravilhoso povo”, é um dos melhores exemplos mundiais de austeridade.
Segundo uma reportagem da cadeia de televisão brasileira, a Suécia é ainda uma monarquia, mas o Rei já perdeu os poderes.
O país é gerido pela classe política que, entretanto, não tem privilégios especiais, luxo, ou mordomias.
Durante as sessões do parlamento, os deputados federais vivem em apartamentos simples de 40 metros quadrados e outros ainda mais pequenos com 18 metros quadrados e sem máquinas de lavar roupa.
Os deputados usam lavandarias e cozinhas comunitárias. Nenhum deputado tem carro pago pelo parlamento e muito menos motorista.
Na residência oficial do Primeiro-Ministro não tem empregado pago pelo Estado.
As actas de reuniões oficiais do chefe do governo são disponíveis para a consulta pública.
Na década de 1990, uma vice-primeira-ministra sueca perdeu o cargo por ter usado o cartão de crédito do governo na compra de barra de chocolate e alguns bens pessoais. Até pode ser considerado exagero, mas isto mostra o nível de disciplina e de austeridade da sociedade sueca.
Os suecos dizem que os seus impostos são para pagar a máquina governativa e não para os governantes.
Quem nos dera em África. Oxalá que Ruanda de que tanto se fala nos salve.
Estou menos preocupado com referências de ditadura de Paul Kagamé. Disciplina faz parte da ditadura, desde que beneficie a maioria, sobretudo os pobres.
Thangani wa Tiyani