Quo vadis, Dr. Zandamela!
Quo vadis, Dr. Zandamela! – Depois de décadas de ausência do país, a “beber valiosos conhecimentos” além-mar, o Dr. Rogério Zandamela teve um regresso ao solo pátrio, digamos, “triunfal”.
Em seu favor esteve a conjuntura que por ele a pátria chamou.
Teve atitude e, mesmo sem ter efectuado uma avaliação científica, me arrisco a afirmar que foi alvo de uma apreciação positiva da maioria do público.
Aparentemente, o seu desempenho teve resultados concretos, e terá sido isso que, presumivelmente, “embriagou” o Zandamela mais famoso a trabalhar na Avenida 25 de Setembro da cidade de Maputo.
Porque, como dizia o outro, “o poder corrompe”, parece que o senhor Zanda não constitui excepção, lamentavelmente.
Evidência disso terá sido o palco que escolheu para fazer um comentário do qual muitos comungam, relativamente aos “lobbistas” instalados em quase toda a cadeia de bancos comerciais em Moçambique.
Pode, até, ser verdade, mas, a meu ver, o senhor Zanda terá pecado pelo palco e tom escolhidos para o efeito, acrescido ao elemento “generalização”, por, no meio daqueles lobbistas que “de bancos nada entendem”, existirem excepções. Para não ferir susceptibilidades, escuso de referenciar nomes.
O dossier Moza/Kuhanha, apimentado pela opção pelo “melhor de todos” os gestores bancários existentes em Moçambique, veio exacerbar o panorama.
Como não há duas sem três, o bom do senhor Zanda lá veio anunciar a “boa nova”, segundo a qual “a crise já passou em Moçambique”. Isso é próprio de quem não pisa o chão sobre o qual caminha.
E aquela dos “mafiosos” sem nome que tentaram adquirir o Moza para transformá-lo numa “lavandaria” de taku então… Aí o senhor Zanda se entregou literalmente à galhofa popular. Basta conferir as redes sociais.
É penosa a falta e o eclipsar das poucas referências/modelos razoáveis nesta chamada “pérola do Índico”.
O senhor Zanda entrou em palco sob ruidosos aplausos de uma plateia sedenta e ansiosa de mudanças, tal como sucedeu em 1992 e em Setembro de 2014 com a chegada ao aeroporto internacional de Maputo de Dhlakama, o Afonso, e à “Ponta Vermelha” (Fevereiro2015) de Nyusi, o Filipe. Estes dois homens rapidamente desiludiram os seus fãs, lamentavelmente.
Senhor Zanda!. Que tal “recuperar” o Waldemar de Sousa, que até é bom de papo, como porta-voz do Banco de Moçambique, ao invés de se expor permamentemente?
Parece-me que ainda vai a tempo de evitar cair no ridículo maior!
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã no dia 23 de Junho de 2017, na rubrica semanal intitulada TIKU 15