Partidos criam monstros
É uma prática antiga. O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores, da Alemanha, que ficou mais conhecido por NAZI, fundado por Anton Drexler em 1919, na sequência da crise da primeira guerra mundial que arruinara a Alemanha, criou o monstro Adolfo Hitler.
Usando a sua capacidade retórica discursiva, Hitler ascendeu à liderança do partido e tornou-se um totalitarista que mergulhou a Alemanha e o Mundo numa devastadora segunda guerra mundial em 1939-1945.
Hitler tornara-se um temível monstro para o partido e ninguém podia travar as suas perigosas aventuras militaristas e de superioridade do branco alemão.
Em África e já nos meus tempos, a ZANU-FP criou um monstro chamado Robert Gabriel Mugabe, no Zimbabwe, que governou o país ao seu belprazer.
O partido perdera travões perante um monstro líder que atropelou tudo e todos ao volante da ZANU-FP.
Em Angola, o MPLA, do médico Agostinho Neto, criou um monstro de nome José Eduardo dos Santos. Durante o seu reinado, Zé Du era um monstro temido pelo partido.
Governou o país rico em petróleo e diamantes ao seu gosto, transformando a sua filha numa das mulheres mais ricas em África.
O mesmo aconteceu em Moçambique, onde a Frelimo, de Eduardo Mondlane, criou um monstro chamado Armando Emílio Guebuza, considerado 4X4 e que no final do seu segundo e último mandato atropelou tudo e todos provocando dezenas de milhares de vítimas com dois mil milhões de dólares norte-americanos da dívida cuja contratação foi escondida a sete chaves ao Parlamento.
O partido perdera trovões e chaves para controlar as aventuras do líder visionário e melhor filho do povo.
Samora Machel, de Moçambique, dissera na década de 1980 que o partido infiltrado e corrompido não servia os interesses do povo, mas sim de um punhado de gente.
Na África do Sul, o ANC, movimento político mais antigo em África, criou um monstro chamado Jacob Zuma. Durante 10 anos da liderança de Zuma, o partido serviu os interesses do chefe zulu às cegas, permitindo a penetração de interesses privados nocivos na gestão do estado.
A família multimilionária Gupta, de origem indiana, capturou o governo e instituições públicas do país mais industrializado em África para servirem os seus interesses.
Era o monstro que conduzia o partido atropelando tudo e todos. Em Dezembro último, o ANC achou uma parte das suas chaves e semana passada conseguiu travar as aventuras do chefe zulu. Os pobres aguardam com rancor pelo futuro melhor.
A ver vamos.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 22 de Fevereiro 2018, na rubrica semanal RANCOR DO POBRE.
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