Zuma na barra da Justiça
Jacob Zuma na barra da Justiça – Eish… eish. Mário Soares deve estar mesmo a mexer-se no seu túmulo em Portugal afirmando que já tinha avisado que “quem com ferro mata com ferro morre”.
O antigo Presidente português afirmara em comentário sobre o assassinato brutal do então Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo Nino Vieira, no seu palácio presidencial, que quem com ferro mata com ferro morre.
Foi uma declaração considerada menos diplomática para um antigo chefe de Estado de calibre de Mário Soares, mas o idoso líder luso já não tinha nada a perder depois de assumir todos os cargos de liderança possíveis em Portugal.
Pessoalmente, não gosto de fazer citações de figuras políticas ou de outras áreas nos meus escritos, mas como ser humano não tenho resistido a esta verdade dita por Mário Soares e a outras tantas de Samora Machel, o meu maior ídolo a quem tiro chapéu.
Ora, Jacob Gedliyihlekisa Zuma humilhou publicamente Thabo Mvuyelwa Mbeki em Setembro de 2008, tirando-o do poder quando faltavam apenas cerca de oito meses para terminar o seu segundo e último mandato na chefia do estado sul-africano. Zuma estava com rancor, porque Thabo Mbeki lhe havia destituído do cargo de vice-presidente da República na sequência de alegações de envolvimento em corrupção. As alegações tinham sido feitas em pleno tribunal pelo seu conselheiro financeiro e empresário Schabir Sheik no julgamento do caso de corrupção relacionado com o processo de procurment de armamento para as Forças Armadas da África do Sul.
Schabir Sheik foi condenado a 15 anos de prisão.
A tentação para corrupção era muito grande porque o projecto de procurment envolvia muito dinheiro – mais de cinco mil milhões de dólares norte-americanos.
Empresas europeias fizeram tudo, cada uma à sua maneira, para ganharem concursos de fornecimento de componentes de armas.
O então chefe da bancada parlamentar do ANC Tony Yengeni recebeu luvas e foi condenado à prisão.
As acusações contra Zuma foram retiradas quando subiu ao poder em 2009 com alegações de interferência política no processo, mas a Aliança Democrática, maior partido da oposição, nunca ficou descansada com o assunto.
Finalmente, Zuma vai sentar-se mesmo na barra da Justiça para responder a 783 casos questionáveis de pagamentos de favores que terá recebido enquanto director do Desenvolvimento Económico e de Turismo na província de KwaZulu-Natal e durante uma parte quando era vice-presidente do país.
O inquérito judicial sobre a captura dos interesses do Estado durante o consulado de Jacob Zuma também pode culminar com o seu julgamento na barra de justiça.
O veterano político zulu está mesmo em apuros depois de viver no conforto de estadista durante nove anos.
Cuidado com o Rancor do Pobre!
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 15 de Março de 2018, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE
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