Alertas não faltaram
Alertas não faltaram – De forma alguma quem quer que seja pode falar de falta de alertas. Quando muito se pode falar de falta de vontade de escutar.
H á semanas, neste mesmo espaço, alertei para o perigo a que estava a Ponte Maputo/KaTetembe, inaugurada a 10 de Novembro deste 2018.
Infelizmente, muitos dos gestores deste país privilegiam mais o espectáculo e o exibicionismo no seu desempenho, ao invés de trabalhar, no verdadeiro sentido da palavra.
Em algum momento, para um melhor desempenho, basta estar atento aos sinais à nossa volta, o que quer dizer andarmos minimamente informados.
Todavia, este país é maioritariamente gerido por “quadrados” que se julgam “sabichões” que mais nada tem a aprender ou saber. Alguns até parecem estrangeiros que estão a gerir algo de um sítio do qual mais cedo ou mais tarde dele sairão para não mais voltar.
Por enquanto, em menos de dois meses após a sua inauguração, foi aquele apagãozinho, mas se se mantiver a negligência generalizada e o laxismo que caracteriza muitos dos (des)governantes deste país, infelizmente, um dia teremos de reportar tragédias ainda mais dramáticas.
E lá estão eles, a apelar ao reforço da vigilância popular. Quer dizer, eles se refastelam em ordenados chorudos, sem (quase) nada fazer, em salas altamente climatizadas, e quando o caldo entorna somos todos chamados à parada… haja santa paciência e um pouco mais de vergonha na cara.
Foram anos a fio e rios de dinheiro, suor e sangue que ergueram aquela ponte, mas numa fracção de segundos um estupor qualquer pode estilhaçar aquilo e ficarmos a pagar escombros porque os chineses não quererão saber se andamos num relaxamento de bradar aos céus e deixamos qualquer zaragateiro deambular e fazer o que bem entender com a aquela ponte que oficialmente custou 785 milhões de dólares norte-americanos.
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Correio da manhã do dia 21 de Dezembro de 2018 na rubrica semanal TIKU 15!
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