Teatro
Teatro – Estou ciente de que os putativos apparatchicks do costume vão sair em defesa da “dama”, mas há teatros nojentos, inoportunos e intoleráveis.
Teatro, é o que caracteriza a postura quotidiana de determinadas pessoas que, ao invés de trabalhar normalmente, fazem exibicionismo gratuito e simplesmente desnecessário.
No meu entender é fazer teatro e não trabalho quando aquele agente da polícia, geralmente alérgico ao contacto com jornalistas, entende que merece “cobertura” destes quando cumpre o seu dever, apenas para dar nas vistas e parecer honesto.
Mas quando não lhe convém, impede, violenta, agride, prende e até …
No meu entender é fazer teatro quando aquele responsável, por exemplo, de um órgão eleitoral, aparece constantemente na media a falar, a falar, assegurando que está “tudo a postos” e, quando chega o dia da votação, falta quase tudo ou tudo atrasa e depois se desdobra em justificações esfarrapadas, numa autêntica afronta de nos tomar por parvos, naquilo que comumente se designa por desorganização organizada.
Para mim é teatro e não trabalho quando se usam meios que deveriam socorrer sinistrados com sobrevoos sobre os desesperados, apenas para ver, acenar, tirar fotos, fazer uns vídeos e selfies para ir mostrar aos familiares, amigos e namorada/os e dizer que também é “excelência” e esteve no “terreno”.
Para mim é teatro e não trabalho gastar recursos e usar meios que muita falta fazem para muita coisa com visitas exibicionistas, com trajes partidárias, simplesmente para mostrar a barriguinha e fazer mini-comícios ante arregimentados sinistrados, feridos, famintos e alguns deles em estado de luto.
Para mim é teatro e não trabalho quando, por exemplo, em períodos próximos da época de intempéries, somos bombardeados com anúncios de alegada prontidão de meios materiais e humanos, de aquisição de DRONES para isto e para aquilo e, depois da tragédia, a liderança do organismo que devia prevenir, proteger e/ou mitigar os efeitos da calamidade vir a público, até de unhas bem pintadas, dizer que o que lhe marcou durante o evento catastrófico foi não ter evitado mortes…
Lágrimas de crocodilo e hipocrisias serôdias. Uma pouca vergonha!
O impressionante disto tudo é que esta gente toda é paga quase que em barras e ouro, para além de que os mais desonestos inclusivamente desviam recursos, meios e bens, em comissões ou furtos puros e simples, e não há responsabilização, porque a festança envolve quase toda a liderança da aldeia …
Alguém um dia disse, e bem, que “o efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser, a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar”
Vale recordar que quem semeia injustiça tarde ou cedo colherá desgraça!
Concordo e secundo aquele que defende que BRINCADEIRA TEM HORA.
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 05 de Abril de 2019, na rubrica semanal denominada TIKU 15!
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