Ausência da SADC e da UA
Moçambique foi assolado pelo ciclone IDAI que provocou rasto de mortes, feridos, desaparecidos, deslocados e destruições de infra-estruturas privadas e públicas.
Diz-se que foi o pior ciclone registado no hemisfério Sul.
Moçambicanos e a comunidade internacional reagiram imediatamente canalizando apoios para salvamento, acomodação e alimentação das vítimas sobreviventes.
Entretanto, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) da qual Moçambique é membro fundador esteve ausente, tendo aparecido cerca de um mês depois com um apelo à comunidade internacional para mobilizar apoio financeiro para Moçambique.
A União Europeia, organização que inclui antigas potências coloniais dos países afectados pelo IDAI, reagiu imediatamente com meios de socorro, alimentos, medicamentos e outros bens para as vítimas.
O longo silêncio da SADC perante o sofrimento dos moçambicanos, malawianos e zimbabueanos mostra que a organização económica regional é apenas um tigre de papel elitizado.
Um amigo disse-me um dia que as elites políticas governantes dos países da SADC reúnem-se regularmente para tomarem chá e conversarem coisas banais ou de interesse desconhecido para o bem dos seus povos.
O trabalho concreto da SADC no terreno é apenas conhecido por ministros e outros oficiais governamentais.
O povo desconhece a acção real, visível e tangível da SADC no terreno. Nas escolas, as crianças não conhecem o símbolo da SADC em forma de bandeira, porque esta é apenas exibida em conferências da organização.
Na África do Sul, o governo instituiu a colocação da bandeira da União Africana nas instituições do governo, mas esqueceu-se da bandeira da SADC.
A União Africana também esteve ausente em momentos críticos de salvamento e apoio das vítimas do ciclone IDAI.
Os povos da Argélia e do Sudão, cansados de seus líderes vitalícios em tempos de mudanças democráticas no continente e no Mundo, destituíram os veteranos Boutiflika e Al-Bashir, respectivamente dos tronos.
A União Africana apenas sabe emitir comunicados condenando a destituição dos vitalícios do poder.
As reclamações dos povos são secundarizadas pela organização continental que se preocupa em proteger elites políticas governantes.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 17 de Abril de 2019, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE
Caso esteja interessado em passar a receber o PDF do Correio da manhã favor ligar para 21 305323 ou 21305326 ou 844104040 ou envie e-mail para correiodamanha@tvcabo.co.mz
Gratos pela preferência