As surpresas deste Moçambola

As surpresas deste Mocambola – Têxtil de Púngóè soma terceira derrotada consecutiva e lugar de Carlos Manuel (Caló), no comando técnico da equipa, pode estar em risco.

Definitivamente, o futebol é uma caixinha de surpresas, e o factor casa ainda tem o peso que a tribo futebolística ainda ignora.

A vitória, esta quarta-feira, do Baía de Pemba, por 2-0, no Estádio Municipal de Pemba, diante da União Desportiva do Songo, em partida da terceira jornada do Moçambola’2019, vem provar isso mesmo.

Continua dentro do prazo de validade o adágio popular que diz que no futebol e noutras modalidades não há vencedores antecipados.

O novato e caloiro Baía de Pemba, uma equipa modesta que no seu historial disputa pela primeira vez um campeonato nacional de futebol da primeira divisão, o Moçambola, travou nesta jornada o percurso vitorioso dos “hidroeléctricos”.

A queda da UD do Songo, no Estádio Municipal de Pemba, é uma chamada de atenção às restantes equipas que ainda vão se deslocar à terceira maior Baía do Mundo para defrontar os “Baianos”.

Com menos um jogo, em casa, diante do Costa do Sol, o Baía de Pemba, pode, em caso de vitória, igualar o seu adversário desta III ronda (UD do Songo), na tabela classificativa do Moçambola’2019, com seis pontos.

A observar uma autêntica travessia de deserto neste início do Moçambola, está o campeão nacional de 1981, o Têxtil de Púngòé, que em três jogos realizados averbou igual número de derrotas, a última das quais esta quarta-feira, no campo da Soalpo, por2-1 frente ao Textáfrica de Chimoio.

É imperioso que os “Fabris da Manga” ganhem, próximo domingo, na Beira, ao Ferroviário de Nampula, sob o risco de estar em causa o lugar do treinador Carlos Manuel, ou simplesmente Caló, no comando técnico do Têxtil de Púngòé.

Não é preciso ser-se um profeta da desgraça para se perceber que os treinadores vivem de vitórias, numa profissão ingrata onde dorme-se empregado e acorda-se desempregado, em casos de maus resultados.

Por estas alturas, Caló deve estar a fazer as contas à vida e a pensar na forma e fórmula de ultrapassar o Ferroviário de Nampula.

Na senda de maus resultados estão igualmente o Grupo Desportivo de Maputo e Ferroviário, também da capital, que nesta quarta-feira voltaram a baquear, ao longo da terceira jornada.

Os “alvi-negros” voltaram a não se darem bem com as áreas do “Chiveve”, e averbaram a segunda derrota (1-0) no campeonato, desta feita no “caldeirão” no frente a frente com o Ferroviário da Beira, complicando ainda mais a vida ao técnico Artur Semedo e seu Adjunto, Tiago Machaíse.

Não fora um pênalti desperdiçado, a vitória dos “Locomotivas” do “Chiveve” teria sido por outros números.

No final do encontro, Artur Semedo voltou a ameaçar abandonar o cargo e o futebol, em protesto contra o trabalho de um dos ficais de linha, que alegadamente assinalou um pênalti mal “inexistente” a favor dos beirenses e que deu origem ao único golo do jogo.

Se o Desportivo de Maputo não vencer o Textáfrica de Chimoio, no próximo sábado, no Zimpeto (18 horas) na abertura da 4ª jornada, Artur Semedo pode estar sob o fio da navalha.

O mesmo raciocínio aplica-se a Daíudo Razak, técnico do Ferroviário de Maputo, equipa que, tal como o Desportivo, “perdeu-se”, ontem, quarta-feira, no “Canavial” de Xinavane, averbando diante do Incomáti, a segunda derrota (2-1) em três jogos.

Sedentos de títulos no Moçambola, ano após ano, os treinadores contratados pelo Ferroviário de Maputo, sofrem bastante pressão, sobretudo da massa associativa, a claque “Vata-Xanisseca”, que traduzido literalmente significa, “Vão sofrer”, e, Daúdo Razak não foge à regra, e, a qualquer instante pode soar o alarme do despedimento.

No domingo, na recepção ao homónimo da Beira, no Estádio da Machava, arriscamo-nos a vacticinar que, se o Ferroviário de Maputo não ganhar, pode significar o “Adeus” de Daúdo Razako, no comando técnico da equipa.

Raras vezes os treinadores da “locomotiva” de Maputo resistem. Que o digam Lucas Bararijo, Nacir Armando, Nelson Santos, que viram os seus contratos interrompidos por força dos maus resultados.

É elevada a fasquia na família “locomotiva” de Maputo, como o é também na UD do Songo, no Costa do Sol, no Ferroviário da Beira, emblemas que estabeleceram como meta, neste ano, a conquista do Moçambola.

Naturais foram as vitórias caseiras do Ferroviário de Nampula (2-1) diante do Clube do Chibuto; do Textáfrica de Chimoio, pelo mesmo resultado frente ao Têxtil de Púngòé, do Maxaquene, por Dois a Zero, na recepção do Desportivo de Nacala e o empate (1-1), entre a Liga Desportiva de Maputo e o Costa do Sol, na passada terça – feira, no arranque da terceira jornada.

O Incomáti de Xinavane lidera a prova com sete pontos, seguido da UD do Songo, Ferroviário de Nampula e Ferroviário da Beira, com seis pontos cada, enquanto a Liga Desportiva de Maputo ocupa o terceiro posto com cinco pontos.

Próxima Jornada: 4ª: Sábado: Desportivo de Maputo/Textáfrica de Chimoio; Domingo: Ferroviário de Maputo/Ferroviário da Beira; Costa do Sol/Ferroviário de Nacala; Desportivo de Nacala/Liga Desportiva de Maputo; UD do Songo/Maxaquene; Clube do Chibuto/Baía de Pemba e Têxtil de Púngòé/Ferroviário de Nampula.

Na terça – feira da próxima semana, no fecho da jornada, a ENH de Vilankulo recebe no Alto Macassa o Incomáti de Xinavane.

MALAMULE MANÉ

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