Infraestruturas resilientes

O governo da Irlanda e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apelam ao Executivo de Moçambique para assegurar a construção de obras públicas mais resilientes a intempéries.

Este apelo foi lançado publicamente em Inhambane por Pronch Murray, representante da Embaixada da Irlanda e pela chefe de educação do UNICEF em Moçambique, Camille Baudot.

Os dois dignitários falavam esta segunda-feira Zualo, localidade de Golo, distrito de Homoíne, província meridional de Inhambane, na cerimónia oficial de entrega de 50 salas de aula reabilitadas, que haviam sido parcialmente destruídas em meados de Fevereiro de 2017, pelo ciclone Dineo.

Camille Baudot, chefe de educação do UNICEF em Moçambique

A reabilitação das infraestruturas absorveu cerca de 500 mil euros (aproximadamente 36 milhões de meticais), o que valor inclui a reparação de emergência dos serviços básicos de unidades sanitárias, fontes de água potável e saneamento dos distritos afectados pelo mesmo ciclone.

“O governo da Irlanda vai continuar a apoiar as necessidades que criam a resiliência a nível humano e institucional num futuro melhor para o povo moçambicano”, disse Pronch Murray.

Por seu turno, Camille Baudot, explicou que as salas de aulas foram revestidas com um material resiliente, sobretudo o tecto, para conferir uma maior segurança às crianças.

Pronch Murray, representante da Embaixada da Irlanda

Tendo em conta que a engenharia civil abre espaço para construções resilientes, Baudot defende a necessidade de se adoptar nas regiões propensas a tempestades, sobretudo no centro e norte de Moçambique.

“Durante todos os esforços, descobrimos que temos que fazer tectos muito resilientes porque os ventos, chuvas vão passar de novo. Então, os tectos resilientes vão assegurar que as crianças estejam num sítio seguro para aprender”, disse Baudot.

Palmira Palma Pinto, a directora provincial de Educação e Desenvolvimento Humano e que falou em nome do Governo de Moçambique na cerimónia, evitou comentar directamente as exortações da Irlanda e do UNICEF.

Palmira Palma Pinto preferiu afirmar apenas que com a entrega das salas de aulas os alunos deixam de estudar debaixo das árvores, algo que poderá ajudar a melhorar o seu rendimento pedagógico.

A governante moçambicana recordou que ainda estão por reabilitar 708 salas de aulas de um total de 1.737 afectadas, “o que representa ainda um grande desafio para o governo da província (de Inhambane) ”.

Palmira Palma Pinto, a directora provincial de Educação e Desenvolvimento Humano

Por isso, a directora provincial de Educação e Desenvolvimento Humano apelou aos alunos e às comunidades locais para que saibam conservar o novo património agora restaurado.

A primeira fase de reabilitação das salas de aula em Inhambane, que contou com o apoio de Arquitectos Sem Fronteiras, uma organização Não-Governamental que trabalha em parceria com a UNHabitat, iniciou em Outubro de 2017, e durou quatro meses e a segunda, que ainda em curso, teve o seu início em Setembro de 2018.

O ciclone Dineo, com rajadas de ventos que chegaram a atingir 160 quilómetros por hora saldou-se, oficialmente, em sete óbitos e 652.684 pessoas afectadas.

A intempérie atingiu com severidade aguda os distritos de Mabote, Vilankulo, Funhalouro, Massinga, Morrumbene, Maxixe, Jangamo, Inharrime e Inhambane e Panda, em Inhambane.

De acordo com o governo de Inhambane, o ciclone causou igualmente danos significativos à infra-estruturas, em particular de saúde e educação incluindo 116 escritórios do governo e 70 unidades sanitárias.

ABALADE VASCONCELOS, enviado a Inhambane

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