Violência em escolas públicas
Violência – A morte a tiro do professor Sibonakaliso Nyawose, de 48 anos de idade, no recinto da Escola Primária Masuku, onde dava aulas, na Cidade do Cabo, e o esfaqueamento até a morte de um aluno na Escola Secundária Forest, em Joanesburgo, na semana passada, reactivaram debates sobre a extrema violência prevalecente nas escolas públicas sul-africanas, incluindo universidades.
As duas mortes aconteceram quase na mesma semana e os autores são alunos, mas a solução não parece estar à vista.
Mais sangue pode continuar a derramar nas escolas sul-africanas.
Segundo o sindicato sul-africano dos educadores, pelo menos 50 professores são atacados ou ameaçados por alunos por mês nas escolas sul-africanas e desde Maio de 2018, 600 casos de violência contra professores foram reportados ao sindicato.
Outra associação dos professores – União Democrática dos Professores da África do Sul – revela que 72 mil incidentes relacionados com violência em locais de ensino são reportados mensalmente em todo o país e considera que os dados podem ser conservadores, dado o elevado nível de anarquia.
Os ataques não são apenas físicos, mas também verbais e ciberbuling, ou seja, usando tecnologias de informação.
A cultura de violência na sociedade sul-africana instalou-se comodamente. Alguns dizem que é legado da longa resistência contra a brutalidade do regime racista branco do apartheid.
Trata-se, porém, de uma teoria questionada por outros analistas, considerando que muitos países africanos foram brutalizados pelo colonialismo e outros até recorreram a lutas de libertação que violentaram as suas sociedades.
Angola e Moçambique são exemplos que depois das suas independências mergulharam em longos e violentos conflitos armados, mas o nível de violência nas suas respectivas escolas é relativamente incomparável com a situação na África do Sul.
Na sequência do incidente registado na Escola Secundária Forest, em Joanesburgo, emergiram informações horríveis, segundo as quais a escola é um verdadeiro covil de alunos drogados.
Um aluno contou que durante intervalos de aulas, na casa de banho, os mais velhos cobram dinheiro aos mais novos para urinar e depois exigem massagem nos seus sexos até ejacular.
Um director da escola foi assassinado há três anos por alunos.
Escolas públicas sul-africanas a “na democracia”, incluindo universidades, viraram campos de guerra entre alunos e professores.
O académico queniano Patrick Lumumba diz que a classe política africana introduziu aquilo que chama educação gratuita ou livre, que na prática significa vazio de conhecimento no ensino público.
Dirigentes políticos evitam colocar seus filhos nas escolas primárias ou secundárias públicas, deixando o povo pobre que vota de cinco em cinco anos neles sem alternativa para seus filhos.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 19 de Junho de 2019, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE
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