Cimeira da SADC
Cimeira – Cada uma das cinco regiões do continente africano tem uma organização económico-político regional.
A África Austral, com mais de 200 milhões habitantes, tem a Comunidade de Desenvolvimento, chamada SADC, com 16 países membros, incluindo a minha aldeia.
Os líderes da SADC reúnem-se sábado e domingo (17 e 18 deste Agosto) em 39ª cimeira ordinária na Tanzania em mais uma cimeira para tomar chá e ou café, porque na prática a organização tem pouco impacto na vida dos habitantes da região.
O roteiro de industrialização da região não tem pernas para andar em prol do desenvolvimento industrial da região.
A SADC depende largamente de financiamento externo dos parceiros. Em cada país membro pouca gente na base conhece o impacto da SADC nas suas vidas.
A integração regional é ilusão. Cada Estado membro procura soluções à sua maneira fora da região.
A África do Sul, motor económico-industrial regional, está em crise. Desemprego, criminalidade e pobreza aumentam a passos largos todos os dias afectando a qualidade de vida de tudo e todos.
A coesão social com imigrantes africanos nas comunidades, defendida pelo governo, esbarra-se com resistência de sul-africanos desesperados com a falta de oportunidades na economia formal mais industrializada no continente africano.
A SADC é uma organização da elite política dirigente.
A marca do bloco económico regional é desconhecida pela maioria dos mais de 200 milhões de habitantes. Mesmo nas fronteiras onde podia haver guichés de atendimento de viajantes dos países membros da organização não há nada nem bandeira da organização. Acreditamos que os custos para produzir placas ou bandeiras da SADC a serem colocadas nas fronteiras ou aeroportos podem ser relativamente baixos. Mas não há nada.
Alunos de escolas primárias e ou secundárias dos países membros da SADC, incluindo na minha aldeia, desconhecem o símbolo e a bandeira da organização da qual os seus estados fazem parte na região, mas conhecem o símbolo e bandeiras da União Europeia e ou dos Estados Unidos da América.
Poucos sabem que a sede da SADC está em Gaberone, Botswana.
O governo sul-africano tem estado a promover a bandeira da União Africana nas instituições públicas, ignorando a da SADC.
A maioria da população zimbabueana está desapontada com a SADC na sequência da prolongada crise económica provocada pela governação de cerca de 40 anos do já destituído idoso presidente Robert Gabriel Mugabe.
Malawianos estão revoltados depois das recentes eleições gerais cujos resultados considerados forjados foram endossados pela organização regional.
Para a maioria dos habitantes da região, a cimeira dos líderes da SADC na Tanzania é mais um encontro para tomar chá e/ou café, porque problemas sociais, económicos, políticos e outros que afectam os povos da África Austral vão continuar na mesma.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 15 de Agosto de 2019, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE
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