Insegurança em Moçambique

Insegurança nas estradas de Moçambique está de regresso, tornando-se difícil destrinçar a natureza da mesma, nomeadamente se se trata de mero banditismo, acidentes/incidentes simples ou acções com motivações político-militares.

Os últimos dias têm sido férteis em notícias sobre insegurança, com relatos de actos violentos nas estradas e em propriedades perpetrados por homens armados em diversos cantos de Moçambique.

No ambito deste ambie  de insegurança, só esta terça-feira foram reportadas ocorrências que se saldaram em pelo menos cinco feridos, entre graves e ligeiros, como resultado de ataques contra dois camiões de carga, ocorridos na madrugada do mesmo dia no distrito de Gondola, na província central moçambicana de Manica.

Fontes do hospital distrital de Gondola garantem que os feridos graves estão fora de perigo.

Relatos disponíveis dão conta de que primeiro ataque ocorreu por volta das três horas da madrugada e o alvo foi um camião transportando madeira, o qual era conduzido por Ernesto Salomão Buci, que depois de alvejado foi transportado para Hospital Provincial de Chimoio, onde recebe tratamento.

“Estava a sair de Chimoio (capital da província de Manica) em direcção a Inchope de repente ouvi disparos contra o meu carro e fui baleado no pé”, explicou Buci, que diz que inicialmente diz ter suspeitado tratar-se de um rebentamento no pneu traseiro do seu camião.

O segundo ataque ocorreu às cinco horas, tendo como alvo um camião transportando produtos alimentares, fazendo o trajecto Beira (Sofala)/Chimoio.

O director do Hospital distrital de Gondola, para onde foram levadas as vítimas do segundo ataque fala do estado dos feridos.

“Recebemos três vítimas resultantes dos ataques de baleamento na zona de Zimpinga, dessas três vítimas duas tem ferimentos ligeiros e uma delas com ferimentos graves”, disse o director do hospital, Armando Amadeu.

Na área de Boquisso, no Município da Matola, uma comerciante burundesa foi agredida até a morte por desconhecidos no domingo (15 de Setembro) e o seu corpo abandonado com sinais de um crime recheado com requintes de brutalidade.

Na cidade da Beira, capital de Sofala, um incêndio deflagrou na manhã desta terça-feira num edifício da Polícia da República de Moçambique (PRM), com um rescaldo de danos avultados ao cabo de cerca de hora e meia.

O departamento da logística da PRM indicou que aparelhos electrónicos e vários documentos arquivados ficaram “completamente danificados”.

Imagens de alguns dos carros da caravana do falecido Dhlakama depois de atacada em Zimpinga em Setembro de 2015

Zimpinga ficou ponto geográfico muito referenciado em Moçambique depois de ter sido palco de um rocambolesco atentado contra uma caravana na qual seguia o malogrado presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, no dia 25 de Setembro de 2015, no qual morreram dezenas de homens do se regimento de proteção.

Dhlakama escapou quase que milagrosamente desse mortífero atentado. Os mais recentes relatos indicam que ele foi salvo e depois resgatado por um grupo de guerrilheiros seus dirigidos pelo actual líder da auto-proclamada Junta Militar da RENAMO, Mariano Nhongo.

O atentado de Zimpinga era o segundo contra Dhlakama em menos de duas semanas, depois de no passado dia 12 de Setembro do mesmo ano (2015), a comitiva de Dhlakama ter sido atacada perto do Chimoio, também na província de Manica.

Redacção

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