Adalberto: 3° presidente
Adalberto Costa Júnior foi eleito presidente da UNITA, o segundo maior partido político de Angola, sucedendo ao Isaías Henriques N’gola Samakuva (73 anos de idade), que preencheu por 16 anos a vacatura aberta com a morte do fundador e primeiro presidente da organização, o carismático guerrilheiro Jonas Malheiro Savimbi.
O acto aconteceu na passada sexta-feira e horas depois o Presidente da República, João Lourenço, felicitou, através do Twitter, o 3° presidente da UNITA.
“Que esta eleição represente o fortalecimento da oposição, a bem da democracia”, escreveu o Chefe de Estado.
Adalberto Costa Júnior, de 57 anos de idade, foi eleito no último dia do XIII Congresso Ordinário, do partido, iniciado na quarta-feira (13Nov19).
O candidato número três no boletim de voto venceu na concorrência Alcides Sakala Simões, que foi o segundo mais votado.
Em dez mesas de votação, o actual presidente do grupo parlamentar da UNITA venceu em quase todas: nove no total.
Adalberto Costa Júnior obteve 594 votos, correspondentes a 53,4 por cento dos votos, contra 472 votos (37,9%) de Alcides Sakala, na segunda posição.
Abílio Kamalata Numa obteve 68 votos (6,1%), Raul Danda, 17 (1,6%) e José Pedro Kachiungo, com apenas 10 votos (0,75%), ficaram nas posições seguintes.
Dos 1.150 delegados apenas 1.111 votaram.
O presidente do Congresso, Lukamba Paulo “Gato”, conferiu posse ao novo líder da UNITA
Perfil de Adalberto Costa Júnior
O actual deputado Adalberto Costa Júnior, nasceu a 8 de Maio de 1962 em Quinjenje, província do Huambo.
Antes de liderar o grupo parlamentar da UNITA, foi representante do partido em Portugal, Itália e Vaticano, secretário provincial em Luanda, secretário para a comunicação e marketing, porta-voz e secretário para o património do partido.
Formou-se em Engenharia Electrotécnica, pela Universidade do Porto, Portugal.
Esta licenciatura em algum momento é colocada em dúvida pelos seus adversários, alegadamente pelo facto de o candidato nunca ter apresentado o diploma.
Teve a sua candidatura a presidente da UNITA “tremida” junto da “Comissão de Mandatos” do congresso, pelo facto de, durante a formalização da mesma, não ter apresentado a renúncia à nacionalidade portuguesa.
Os estatutos da UNITA proíbem a dupla nacionalidade, mas o candidato foi a tempo de apresentar uma certidão que comprovava que já não era cidadão português.
Adalberto Júnior promete, entre outros pontos, dar corpo ao projecto da Fundação Jonas Malheiro Savimbi, recuperar e ampliar o património do partido.
Como estratégia para o país, promete iniciar um “processo de negociação” com o Executivo, outros partidos e a sociedade civil para a revisão da Constituição, tornar a CNE numa “instituição independente, equidistante e credível”, “despartidarizar o aparelho do Estado” e levar a debate, com a sociedade civil, as linhas fundamentais da reforma do Estado.
(Correio da manhã de Moçambique)