Diáspora: deputados
Diáspora – Jonas Elias Sitoi é deputado eleito para representar imigrantes moçambicanos em África, particularmente àqueles baseados na África do Sul e em seis países africanos que votaram nas eleições presidenciais e legislativas de 15 de Outubro passado.
É a primeira vez que imigrantes moçambicanos na África do Sul, a maior diáspora de Moçambique, conseguem colocar deputado na Assembleia da República em Maputo.
Jonas Elias Sitoi, desmobilizado das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, no âmbito do Acordo Geral de Paz (AGP) assinado em Outubro de 1992 pelo governo e pela RENAMO, vive na África do Sul onde foi primeiro secretário do partido Frelimo.
Sitoi é um grande mobilizador das comunidades moçambicanas naquele país vizinho e foi afastado misteriosamente do cargo há dois anos, durante as eleições internas.
O seu afastamento da corrida para o segundo mandato como primeiro secretário gerou polémica e distúrbios na sala onde decorreu a sessão dirigida por Aida Libombo, enviada do Comité Central do partido Frelimo.
Alguns círculos alegam que Sitoi foi aconselhado a abandonar a corrida com a interferência de pessoal diplomático da embaixada de Moçambique em Pretória e do Consulado Geral em Joanesburgo que queria a eleição da empresária Amélia Nhatumbo.
Pelos vistos Sitoi entendeu os sinais contrários à sua continuação e recuou, mas continuou a fazer trabalho de base nas comunidades e foi eleito candidato a deputado na diáspora moçambicana em África.
Pelo círculo da Europa foi eleita Ivone Bila, emigrante moçambicana na Alemanha.
Os dois vão ser investidos nesta segunda-feira (13Jan2020) em Maputo com outros 248 deputados eleitos em Moçambique perante o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.
Atrás de Jonas Sitoi estão três suplentes, nomeadamente Daniel Wembe, Araújo Mafupo e Paulo Tivane para África e para Europa perfilam no banco de suplentes Rui Conzane, Nicodemo Cossa e Alberto Alface.
Moçambique elege dois deputados na diáspora, sendo um em África e outro na Europa.
A participação dos moçambicanos no estrangeiro nas eleições gerais do seu pais é um direito atribuído àqueles residentes em sete países africanos nomeadamente, África do Sul, eSwatini, Zimbabwe, Malawi, Zâmbia, Tanzania e Quénia e na Europa e aberta àqueles que residem em Portugal e Alemanha.
(Correio da manhã de Moçambique)