Jornalistas atacdos em Manica

Dois carros que transportavam um grupo de jornalistas, destacados para cobrir a visita do Presidente moçambicano à província de Manica, foram hoje atingidos a tiros num dos troços sujeitos a escoltas militares no centro de Moçambique.

Os jornalistas relataram que as viaturas das estatais Rádio Moçambique (RM) e Televisão de Moçambique (TVM), em que viajavam oito profissionais, incluindo de outros órgãos privados, foram atingidas por balas cerca das 10:00 locais, quando passavam por Chiuala (distrito de Báruè), na estrada N7, uma zona de frequentes confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).

O ataque não provocou feridos graves e o Presidente da República, Filipe Nyusi, não circulava naquela coluna, tendo viajado mais cedo por meio aéreo para o distrito de Mossurize, onde hoje era esperado para o início da sua visita à província de Manica.

As viaturas seguiam na escolta obrigatória das Forças de Defesa e Segurança, activada no início de Junho naquele troço da N7, para minimizar os ataques e incêndios de viaturas entre Vanduzi (província de Manica) e Changara (Tete), que as autoridades atribuem à Renamo.

De acordo com um jornalista que seguia na caravana, durante a perseguição aos atacantes as Forças de Defesa de Segurança apreenderam uma arma de fogo de fabrico caseiro.

Filipe Nyusi começou hoje uma visita à província de Manica, iniciada no distrito de Mossurize, uma zona de tensão política, com focos de confrontos militares e onde 315 famílias deslocadas devido às hostilidades foram agrupadas num campo, testemunharam os jornalistas no local.

A segurança foi reforçada nesta visita presidencial e as deslocações por terra da comitiva de Nyusi são escoltadas por viaturas militares.

Os jornalistas que foram hoje atacados dirigiam-se para o distrito de Macossa, onde Nyusi cumpre no sábado o segundo dia da sua visita presidencial.

A região centro de Moçambique tem sido a mais atingida por episódios de confrontos entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.

As autoridades atribuem à Renamo ataques a localidades e unidades de saúde nas últimas semanas e emboscadas nas principais estradas do centro do país, onde foram montadas escoltas militares obrigatórias em três troços de duas vias.

Apesar da frequência de casos de violência política, as duas partes voltaram ao diálogo em Maputo, na presença de mediadores internacionais, mas não são conhecidos avanços.

 

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