Mais um camionista detido
Mais um camionista moçambicano foi apanhado transportando droga pesada de tipo heroína e cigarros de Moçambique para África do Sul do Sul.
O moçambicano, de 51 anos de idade, foi detido na quarta-feira (10 de Junho de 2020) no posto de fronteira sul-africana do Lebombo, província nortenha de Mpumalanga, perto de Ressano Garcia, província de Maputo.
Segundo a polícia sul-africana, o moçambicano conduzia um camião de cor branca para o interior da África do Sul com droga e cigarros avaliados em 1.5 milhão de randes (6.176.380 meticais) e foi mandado parar no posto de fronteira para verificação normal da viatura.
Oficiais aduaneiros e agentes da Polícia descobriram compartimentos improvisados junto do motor da viatura contendo pacotes de heroína e cigarros.
De acordo com o brigadeiro Leonard Hlati, porta-voz da Polícia sul-africana no local da ocorrência, a primeira avaliação indica que o camionista estava a traficar produtos ilícitos de Moçambique para África do Sul.
O suspeito traficante compareceu na sexta-feira, dia 12 de Junho deste 2020 ao Tribunal Distrital de Komatipoort, para a legalização da detenção.
Incidente similar aconteceu no mês Maio no mesmo posto de fronteira no qual um homem, por sinal moçambicano, e uma mulher com residência permanente na África do Sul, foram detidos na posse de droga e bebidas proibidas, tudo avaliado num valor comercial cumulativo que varia entre 10 milhões e 30 milhões de randes.
Depois de duas audições judiciais, a dupla apareceu há uma semana no tribunal de Komatipoort.
Uma fonte do Ministério Público sul-africano disse ao jornal Correio da manhã em Komatipoort que o homem, acusado número 1, abandonou a intenção de pedido de caução, aparentemente porque sendo moçambicano tinha poucas hipóteses de conseguir a libertação nessa condição.
À mulher, acusada número 2, foi dada caução de 25 mil randes na condição de que deve apresentar-se na esquadra policial mais próxima mensalmente e entregar o seu Passaporte aos oficiais de investigação.
O caso volta a tribunal no dia 7 de Agosto próximo.
Com o banimento da venda de cigarros no âmbito das medidas de prevenção de coronavírus, abriu-se oportunidade de contrabando de produtos tabaqueiros na África do Sul.
Fonte da comunidade moçambicana em Pretória disse ao Cm que um pacote de cigarros que custava 100 randes (aproximadamente 412 meticais) antes da entrada em vigor das medidas contra a pandemia de COVID-19, agora pode ser adquirido por cerca de 500 randes (2.058) no mercado negro, onde a procura disparou em flecha.
Cigarros de marca RG, de origem zimbabueana, são os populares em Joanesburgo. Antes do banimento um pacote custava 10 randes e agora pode ser adquirido por 55 randes.
A Ministra da Governação Tradicional e Cooperativa, Nkosazana Dlamini-Zuma, baniu a venda de cigarros alegando que o tabaco fragiliza a imunidade de pessoas face ao novo vírus.
Nkosazana Zuma, médica de formação, considera que entre 800 mil e um milhão de fumadores abandonaram o consumo de cigarros durante o período de confinamento geral (lockdown) dos níveis 5 e 4. Mas o banimento da venda de tabaco inundou o mercado negro de cigarros contrabandeados ou contrafeitos.
Sindicatos de traficantes estão a facturar e camionistas permitidos a fazer transporte de carga comercial entre os países da região aproveitam fazendo contrabando de tabaco, drogas e pessoas.
Proprietários de fábricas de cigarros, através da Associação de Comércio Justo Independente de Tabaco, processaram judicialmente a ministra Nkosazana Dlamini-Zuma pelo banimento da venda de produtos de tabaco e questionam estatísticas apresentadas pela governante ao tribunal.
O veredicto sobre o caso está reservado e poderá ser anunciado esta semana.
THANGANI WA TIYANI, CORRESPONDENTE NA ÁFRICA DO SUL