Corrupção: Ramaphosa

A corrupção é um fenómeno sócio-económico milenar.

Diz-se que Jesus Cristo foi traído por Judas Iscariotes em troca de dinheiro, para este mostrar o filho do Senhor entre os discípulos.

No continente africano, a corrupção instalou-se comodamente em muitos países independentes há cerca de seis décadas, dilapidando recursos públicos, roubando do público escolas, hospitais, estradas, pontes e muitas outras infraestruturas socioeconómicas.

A justiça em África é relativamente fraca para os fortes e forte para os fracos ou pilha galinhas nas comunidades.

O maior movimento sindical sul-africano COSATU está revoltado com o presidente Cyril Ramaphosa por causa da sua aparente fraqueza em lidar com camaradas seniores do partido suspeitos de corrupção em programas de mitigação dos efeitos de coronavírus. Ramaphosa chegou ao poder nas últimas eleições através da bandeira de combate cerrado à corrupção.

No entanto, aos olhos do movimento sindical, aliado do ANC no poder, alguns seniores do partido continuam a usar influencias para ganharem contratos milionários de fornecimento de equipamentos de protecção ao pessoal de saúde, à semelhança do que acontecia na administração de Jacob Zuma.

Para a COSATU, o governo de Ramaphosa enfrenta crise existencial. O país mais industrializado no continente africano enfrenta grave crise económica em parte devido à corrupção generalizada que marcou o consulado de Zuma.

Empresas públicas estratégicas, que incluem a firma estatal de produção, distribuição e transmissão de energia eléctrica ESKOM e a companhia aérea de bandeira SAA, foram profundamente pilhadas pela corrupção e ficaram tecnicamente falidas.

No Zimbabwe, o veterano político Robert Mugabe, deposto pelo seu partido há três anos, aparentemente para salvar o país do colapso agravado pela corrupção, continua a afundar-se.

Mugabe caiu em desgraça, após cerca de 40 anos no poder e morreu angustiado. Zimbabueanos acreditavam no renascimento do país livre corrupção depois do consulado de Mugabe.

Afinal estavam enganados. A elite política continua a saquear o país usando sua influência.

Na Malásia, o antigo Primeiro-Ministro Najib Razak foi condenado semana passada a 12 anos de prisão por corrupção envolvendo 4.5 mil milhões de dólares norte-americanos quando estava no poder.

Um governante de Singapura, por sinal vizinho da Malásia, disse uma vez que o combate à corrupção deve começar de topo para baixo para mostra a sociedade que todos são iguais perante a lei.

Na Espanha, o Rei Emérito Juan Carlos abandonou o seu país para parte incerta por causa de relatos de suspeitas de envolvimento em corrupção. Juan Carlos, que conduziu a Espanha da ditadura para democracia, abdicou-se do reinado em 2014 na sequência de relatos de suspeitas de envolvimento em negócios duvidosos.

Entretanto em África, incluindo na minha aldeia, uma vez chefe sempre chefe e nada acontece.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 05 de Agosto de 2020, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE

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