Recolher obrigatório: Mueda

Recolher obrigatório – A polícia moçambicana proíbe a circulação de pessoas e operações bancárias entre as 18:30 e as 06:30 locais no município de Mueda, Norte de Moçambique, devido ao risco de ataques armados, refere um comunicado da corporação.

O comando da Polícia da Republica de Moçambique (PRM) em Mueda, província de Cabo Delgado, proíbe também o exercício de qualquer actividade comercial, entre as 18:30 (16:30 TMG) e as 06:30.

O comunicado, assinado pelo chefe da secretaria do comando distrital da PRM em Mueda, subinspector Alberto Patrício, avisa que irá aplicar “medidas severas” a quem desobedecer ao recolher obrigatório.

“Manter a ordem e tranquilidade dos cidadãos é a nossa aposta”, diz o comunicado sobre o recolher obrigatório em Mueda, divulgado através das redes sociais.

O comando da PRM em Mueda enfatiza que o recolher obrigatório visa “facilitar o controlo da movimentação populacional na vila municipal de Mueda, de acordo com a situação de ameaça dos insurgentes”.

O Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), uma organização não governamental moçambicana, considerou ilegal o recolher obrigatório imposto no município, exigindo a anulação da medida.

“A limitação de direitos, liberdades e garantias constitucionais só pode ser feita nos termos da Constituição da República”, refere uma nota do CDD divulgada este fim-de-semana.

Contactados pela Lusa, o Comando-Geral da PRM e o comando da polícia na província de Cabo Delgado ainda não se pronunciaram sobre o caso.

A vila sede do município de Mueda nunca foi atacada pelos grupos armados que actuam no Norte de Cabo Delgado desde 2017, mas alguns pontos do distrito de Mueda foram já atingidas pelas acções dos grupos.

Os ataques de grupos armados, que eclodiram em 2017 na vila-sede de Mocímboa da Praia, já provocaram, oficialmente, 1.059 mortes e algumas das acções dos grupos têm sido reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada nesta província do Norte de Moçambique forçou a fuga de mais de 250.000 pessoas de distritos afectados pela insegurança, mais a Norte da província.

(Correio da manhã de Moçambique)

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *