Tentou “furar” lockdown

Tentou    Membros da comunidade moçambicana na província de Gauteng, da qual fazem parte as cidades de Joanesburgo e Pretória, estão de luto e juntam forças para angariar fundos para custear despesas de transladação dos restos mortais da jovem Ana da Marza assassinada perto da fronteira sul-africana do Lebombo a caminho de Pretória.

Segundo o relato do presidente da associação das comunidades moçambicanas em Gauteng, Suleimane Gulamo Suleimane, Ana da Marza saiu de Maputo no dia 31 de Maio de 2020 a caminho de Pretória, capital sul-africana.

áudio

O marido da mulher que tentou “furar” lockdown, sem sucesso, tentou por várias vezes entrar em contacto com a finada por telefone a 1 de Junho.

O telemóvel dela dava sinal de chamar, mas não era atendido e o seu corpo acabou sendo descoberto no dia 12 de Julho, com Passaporte, telemóvel e sua agenda de contactos no meio de plantações de cana de açúcar perto do posto da fronteira do Lebombo.

Suleimane Gulamo Suleimane acredita que a jovem moçambicana tentou entrar ilegalmente na África do Sul, uma vez que as fronteiras estão oficialmente encerradas desde final de Março último para prevenção de coronavírus nos dois países.   

A família da finada foi comunicada sobre o incidente pelas autoridades sul-africanas no dia 17 de Julho e no dia 20 deslocou-se para a zona de Tonga, próximo da fronteira, para identificar o corpo em avançado estado de decomposição, pois desde que ela desaparecera no dia 31 de Maio só foi descoberta cerca de um mês e meio depois.

O presidente da associação apela aos conterrâneos a ajudarem a família da malograda, dizendo que não tem condições financeiras para custear a transladação dos restos mortais para funeral em Moçambique.

Os membros da comunidade reagiram positivamente contribuindo com mais de 4.500 randes até Sábado.

Suleimane Gulamo disse que faz tempo que líderes das comunidades têm apelado aos seus compatriotas a deixarem de usar vias ilegais para entrarem na África do Sul

De acordo com Suleimane Gulamo, mulheres são sexualmente violadas, agredidas e roubadas dinheiro e telemóveis nas matas.

Entretanto, duas mulheres moçambicanas que semana passada tentavam viajar ilegalmente pelas matas de Lebombo com apoio de intermediários foram despojadas dos seus bens, mas salvaram e contaram a um transportador que nas matas de Lebombo havia roupas, sapatos e passaportes de pessoas que podem ter sido assassinadas por criminosos que se aproveitam de emigrantes ilegais.

THANGANI WA TIYANI, Correspondente do Correio da manhãde Moçambique na África do Sul

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