Aumento dos preços em 2021

Aumento dos preços em 2021 –  O Banco de Moçambique (BM) prevê a continuação do incremento dos preços domésticos ao longo de 2021, cenário basicamente a ser influenciado pelo término da vigência de parte das medidas de contenção de preços decretadas pelo Governo moçambicano no âmbito da COVID-19.

Esta situação deverá ser, ainda, o reflexo do aumento dos preços dos alimentos no mercado internacional, para além da recuperação gradual da procura por bens e serviços, de acordo com a mais recente nota do Comité de Política Monetária (CPMO).

No entanto, refere a mesma fonte, o prolongamento da isenção do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) sobre bens essenciais até 2023 poderá atenuar a inflação, fazendo com que este indicador permaneça na banda de um dígito, em linha com as expectativas dos agentes económicos inquiridos na primeira quinzena de Dezembro de 2020.

Em nota enviada ao Redactor, o CPMO perspectiva que até ao fecho deste ano os dados finais assinalem uma menor contracção da actividade económica em 2020, seguida por uma retoma lenta em 2021 que se avizinha.

Isto porque após uma queda significativa do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2020 (-3,25%), o PIB real contraiu, em termos anuais, em 1,10% no terceiro trimestre, antevendo-se uma menor queda da actividade económica em 2020, no seu global.

Entretanto, para o próximo ano (2021), espera-se um crescimento positivo da economia, embora lento, estimulado pelas actividades de implantação dos projectos de exploração de gás, e pela tendência para a recuperação da procura externa, em face da descoberta da vacina contra a COVID-19.

O Comité de Política Monetária refere que um crescimento sólido e sustentável da actividade económica requer o aprofundamento de reformas estruturantes. (Aumento dos preços em 2021)

Tendo em conta os limites dos efeitos da política monetária, o CPMO reitera que o alcance de um crescimento sustentável e inclusivo no médio prazo, requer o concurso de outras políticas económicas, bem assim o aprofundamento de medidas estruturantes que visem assegurar o fortalecimento das instituições, a melhoria do ambiente de negócios, a atracção de investimentos e a criação de empregos.

Mercado cambial

Por seu turno, o mercado cambial continua com níveis adequados de divisas. Desde o início do ano, o sistema bancário comprou divisas no mercado cambial doméstico no valor de USD 5.019 milhões, contra vendas de USD 4.947 milhões, resultando em compras líquidas de USD 72 milhões.

Adicionalmente, o saldo de reservas internacionais brutas mantém-se em níveis confortáveis, situando-se em USD 3.893 milhões, suficientes para cobrir mais de 6 meses de importações de bens e serviços, de acordo com a mesma fonte.

Contudo, acrescenta o CPMO, a divisa moçambicana, “o Metical, continuou a depreciar, mas a ritmos decrescentes, reflectindo riscos e incertezas prevalecentes na economia doméstica”.

A fonte acrescenta que se mantém a pressão sobre as finanças públicas, sublinhando que as despesas relacionadas com a defesa e segurança e com o apoio social às populações afectadas pela instabilidade militar nas zonas centro e norte do país, bem como os eventuais gastos decorrentes dos efeitos dos choques climáticos e da logística para a administração da vacina contra a COVID-19, aumentam as preocupações quanto à postura fiscal para 2021.

Perspectiva-se que o Estado continue a recorrer ao financiamento interno do défice, em face dos desafios com que a maior parte dos parceiros de cooperação se debate no âmbito da pandemia.

Desde o último CPMO, a dívida pública interna, excluindo contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou de 174.638 milhões de meticais para 182.325 milhões de meticais.

Para o curto e médio prazo, os riscos e incertezas associados às projecções de inflação permanecem elevados.

É nesta esteira que o último CPMO se refere ao facto de os riscos e incertezas se terem mantido elevados, destacando-se, na conjuntura doméstica, o prolongamento dos conflitos militares nas zonas centro e norte do país, as preocupações em torno da evolução da pandemia da COVID-19 e o seu impacto na economia, bem como a probabilidade de ocorrência de chuvas acima do normal nas regiões centro e sul do país. (Aumento dos preços em 2021)

Taxa de juro

Paralelamente, o CPMO do BM decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 10,25%. (Redactor Nº 5956, pág. 5).

A decisão é justificada pela manutenção das perspectivas de aceleração dos preços no médio prazo, associadas a elevados riscos e incertezas, num contexto em que se prevê uma retoma lenta da actividade económica em 2021.

O CPMO reitera que a mitigação dos riscos prevalecentes e a promoção de um crescimento sustentável e inclusivo requerem o aprofundamento de medidas estruturais.

O CPMO decidiu, igualmente, manter as taxas de juro da Facilidade Permanente de Depósito (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 7,25% e 13,25%, respectivamente, bem como os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 11,50% e 34,50%, respectivamente.

Mantêm-se as previsões de aceleração da inflação para o curto e médio prazo, situando-se, ainda assim, em um dígito.

A inflação anual aumentou pelo terceiro mês consecutivo, tendo passado para 3,27% em Novembro, após 3,20% em Outubro.

Redactor

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