As presidenciais em Portugal
As eleições em Portugal estão à porta ou mesmo à janela, com este Covid-19 nunca se sabe! Não sou muito de escrever sobre a política portuguesa, mas desta vez, há um atractivo para essas eleições e não coíbo de o fazer. Eu até acho (as sondagens indicam) que Marcelo vai ser reconduzido para mais um mandato, com um “bigode” aos seus adversários, porque tem carisma, experiência e não tem o “rabo preso”, como muitos outros.
Bom, a atracção deste ano, é mesmo o partido fascista do “Chega”, de André Ventura. Não sei como apareceu, e nem sei como conseguiu as assinaturas para formar um partido de extrema direita como esse e ter tido um assento no Parlamento! Se não me engano, desde os tempos de Salazar que isso não acontecia em Portugal.
O André Ventura é um jovem formado, inteligente, com boa formação, pelo menos aparenta, e tem “muita lata”, que é meio caminho andado. Tem muita facilidade na comunicação com argumentos na ponta da língua, mesmo que depois diga, o dito pelo não dito.
Ele diz que não é racista, nem xenófobo, mas no fundo, todas as suas convicções para lá se encaminham. Diz “de boca cheia” que não gosta de ciganos, de imigrantes e quejandos, isso só, já mostra a sua inclinação, e não se ficou apenas pelas palavras como ainda teve o desplante de fazer uma saudação Nazi, num dos encontros com os seus apoiantes. É que uma coisa puxa a outra!
Eu até lhe daria razão, se separasse as águas, i.é., numa sociedade, há os bons e os maus. Devia separar o joio do trigo. Se há portugueses que recebem mal as suas pensões e mal-tratados em termos de saúde, e outros que recebem sem o merecer, assim se justifica, como deputado, devia ir a essa luta. Não vai querer melhorar os benefícios sociais para uns e piorar para outros, porque no final de contas, ficará igual, i.é., vai tirar a uns e dar a outros!
Mas o que terá levado este jovem, a ser extremista? Se calhar ganharia muito mais se optasse por outras vias mais democráticas, pela personalidade que demonstra ser na sociedade, quiçá, com mais quatro anos, estaria nas bocas de portugueses! E o que me admira é que haja pessoas que o apoiem nessa segregação, entre eles, gente que se calhar já foi imigrante, coisa muito comum entre os portugueses, aos milhares pelo mundo, como sabemos. Foi esse ódio pelos imigrantes que no Reino Unido ditou o “Brexit”, pois, não vá este partido criar outros dilemas, numa sociedade alegre e democrática. (As eleições em Portugal)
Por mais que ele queira e tente desfazer-se desse epíteto de racista-xenófobo que se assola sobre os seus ombros, ele próprio vai dando razão ao povo com os seus actos, quando por exemplo, pede ajuda para fazer campanha a sua “amiga” e a líder do partido fascista da França, Marie Pen, que é uma personalidade muito detestada, não só em França, como no mundo. “Diz-me com quem andas, dir-te-ei, quem és”, lá diz provérbio, que não engana. (As eleições em Portugal)
Portanto e, espero que o povo português, que é amistoso, humilde e sobretudo acolhedor, diga um grande NAO, a este partido emergente Chega, que para além de criar problemas na sua própria sociedade, pode vir a ser um modelo negativo, para muitas outras sociedades e países com quem Portugal tem relações, especialmente, os da lusofonia, quer pela má influência, quer pela represália.
Muitas vezes, é do nada como este, que as coisas nascem e é preciso cortá-los pela raiz, para não dar frutos venenosos! (As eleições em Portugal)
FAHED SACOOR (de Londres, UK)