A corda arrebenta

O rancor do pobre está a ferver de rancor na África do Sul, na sequência do anúncio do corte da conta de salários dos funcionários públicos nos próximos três anos fiscais para resolver o défice orçamental na crise financeira que tormenta o país do rand.

A massa laboral do Estado, estimada em 1.3 milhão de funcionários, está triste porque na verdade quem empurrou a economia mais industrializada de África para precipício foram dirigentes e não trabalhadores, pese embora os autores do rombo financeiro terem agido em nome do Estado.

O embondeiro ou elefante económico-industrial de África está a sucumbir.

As empresas públicas operam no sinal vermelho, porque o dinheiro foi roubado pelos dirigentes, comprometendo o desempenho de produção de bens e serviços básicos.

A Eskom não consegue produzir e distribuir energia eléctrica vital para a produção industrial e funcionamento da economia em geral, porque foi sugada ao máximo no tempo de Zuma.

O mesmo aconteceu com a SAA, Transnet e muitas outras empresas.

Nenhum dirigente está na cadeia por ter roubado dinheiro do Estado ou comprado influência para ganhar contratos milionários.

O ministro das finanças confirma que os cofres do Estado estão mesmo vazios e vai cortar na conta dos funcionários públicos para poupar 160 mil milhões de randes nos próximos três anos fiscais.

Os funcionários, o lado mais fraco da corda, estão revoltados, pois sabem que são inocentes. Não foram eles que esvaziaram cofres do Estado. Os culpados são conhecidos, mas impunes.

O roubo praticado por dirigentes em países africanos é tolerado.

O povo já sabe.

Canais de televisão de Moçambique reportaram semana passada o caso de um jovem que usou o nome da governadora de Manica para extorquir administradores distritais.

O jovem aproveitou o período de nomeação de novos dirigentes na sequência das eleições de 15 de Outubro para enviar em nome da governadora de Manica mensagens a administradores prometendo a manutenção nos cargos em troca do pagamento de dinheiro.

Administradores distritais desembolsaram valores monetários sem questionar, porque sabem que em Moçambique cargos de chefia podem ser comprados por dinheiro ou por afinidades familiares, étnicas, tribais, regionais, religiosas e político-partidárias.

Sendo que a corda arrebenta do lado mais fraco, o jovem acabou sendo detido pela Polícia, mas a prática de compra de cargos de chefia por dinheiro, nepotismo ou bajulação continua impune à monte.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 04 de Março de 2020, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE

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