A grande farra dos ratos e covardes – JÚNIOR RAFAEL
Bem-vindos ao Asilo Parlamentar! Ah, Moçambique, terra de sol, marrabenta e…dramas parlamentares dignos de uma novela mexicana! Pois é, caros compatriotas, parece que na última temporada da série – “Assembleia da República: O Reality Show” tivemos um episódio digno de aplausos – e risadas.
Tudo começou no dia da famosa cerimónia de tomada de posse. Alguns partidos, com aquela pose de quem acabou de descobrir os princípios da moral e da ética (em algum manual esquecido), decidiram não aparecer para o evento.
“Ah, isso não é pra gente!”, disseram eles, como se recusassem um convite para uma festa onde só servem água. Foi aí que um ilustre deputado, mais afiado que um palito de dentes, decidiu botar a boca no trombone e gritou: “Covardes! Ratos!”
Como era de se esperar, o comentário caiu como uma bomba. Aqueles mesmos que faltaram à festa deram um jeitinho de aparecer…, mas só pra disparar uma chuva de palavreados. Foi uma verdadeira batalha verbal, com direito a insultos criativos que nem mesmo o Dicionário Aurélio conseguiria acompanhar.
E o melhor de tudo? Não demorou muito para que os tais “ratos e covardes” mudassem de ideia. Parece que bateram aquela fome de poder, e lá estavam eles, tentando entrar na Assembleia pela porta dos fundos, como quem volta para casa depois de uma noite de aventuras. Mas convenhamos, nem era fome de trabalhar, era só o instinto de sobrevivência: porque tacho quente não espera, minha gente!
No fundo, a Assembleia da República não é bem um espaço de trabalho – longe disso! Aquilo é um asilo de luxo, onde a maior ocupação é cochilar entre um discurso e outro. Afinal, quem precisa de compromisso quando se tem uma cadeira confortável e o salário garantido?
E aí, o que fazemos com esses esfomeados do poder? Aplaudimos, é claro! Porque no grande teatro político, eles são os atores mais dedicados – nem que seja só para encenar a próxima confusão. Afinal, sem um pouco de loucura e falta de pudor, que graça teria o show?
Então, caros leitores, vamos seguir acompanhando esse espetáculo de ratos, covardes e porta traseira. Porque, no final das contas, Moçambique nunca para de nos surpreender.